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Islamitas convocam novas manifestações para hoje no Egito

Os apoiantes do Presidente egípcio destituído Mohamed Morsi convocaram para hoje manifestações em todo o país, dois meses depois de o chefe de Estado ter sido afastado do poder pelo exército.

© Amr Dalsh / Reuters

A Aliança para a Defesa da Legitimidade, dirigida pela Irmandade Muçulmana,  confraria islamita do Presidente destituído, afirmou na segunda-feira que  estas manifestações vão decorrer sob as palavras de ordem "o golpe de Estado  é o terrorismo", de acordo com um comunicado citado pela agência noticiosa  francesa AFP.   

O apelo surgiu um dia depois do anúncio do Presidente interino, Adly  Mansur, da composição da "comissão dos 50" encarregada de rever a Constituição,  formada na sua maioria por membros das correntes liberais e de esquerda,  já que os movimentos islamitas se recusaram a participar, à exceção do partido  salafista Al-Nur.  

A Aliança pediu uma "participação ativa nas manifestações e outras atividades  em prol do regresso de Morsi".  

Os apoiantes do Presidente destituído só conseguiram reunir alguns milhares  de manifestantes na sexta-feira, sinal de que a capacidade de mobilização  diminuiu após duas semanas de repressão militar e detenção dos dirigentes  islamitas.  

A Irmandade Muçulmana, influente movimento de Morsi, mobilizava centenas  de milhares de pessoas antes de 14 de agosto, data das primeiras operações  do exército e da polícia contra as concentrações islamitas.  

Primeiro Presidente eleito democraticamente no Egito, Morsi foi destituído  e detido a 03 de julho pelo exército, depois de milhões de manifestantes  terem exigido que entregasse o poder.  

A 14 de agosto, o Governo, nomeado pelo exército, ordenou a dispersão  pela força de todos os acampamentos e concentrações pró-Morsi.  

Mais de um milhar de pessoas foi morto numa semana, principalmente manifestantes,  e mais de dois mil membros da Irmandade Muçulmana foram detidos, incluindo  quase todos os dirigentes do movimento.  

A Aliança anunciou também que os membros na Europa iam criar um dossiê  sobre "os crimes dos líderes do golpe", a apresentar ao Tribunal Penal Internacional.

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