A capa da publicação quinzenal, conhecida pelas suas entrevistas com estrelas do mundo do rock, mostra Tsarnaev, 19 anos, com uma expressão melancólica e os cabelos encaracolados a descerem até aos olhos. A imagem, retirada de uma das suas contas das redes sociais e que suscitou ferozes críticas vindas de diversos setores, foi de imediato relacionada com um famosa foto de Jim Morrison, o cantor e vocalista dos The Doors, que morreu em 1971.
O artigo da Rolling Stone, intitulado "O Bombista", é descrito pela revista como "um profundo registo sobre a vida e os tempos" de Tsarnaev.
O texto assenta em dezenas de testemunhos que "fornecem um interessante e trágico registo de como um encantador rapaz com um futuro brilhante se tornou num monstro".
A página da Rolling Stone no Facebook foi inundada com comentários sobre a capa, na maioria negativos e críticos e que denunciam uma "glorificação" de Dzhokhar Tsarnaev, formalmente acusado de ter colocado com o seu irmão Tamerlan, entretanto morto pela polícia, as bombas que explodiram durante a maratona de Boston, em 15 de abril.
Nestes atentados foram mortas três pessoas e mais de 280 ficaram feridas, algumas em estado grave.
"Jeff Bauman, que perdeu as duas pernas (nos atentados) deveria estar na capa", refere um dos comentários na página do Facebook da revista.
Um outro comentário manifesta uma grande "deceção" pela opção editorial, enquanto um terceiro leitor considera que "pessoas como Tsarnaev não devem ser tornadas mártires".
O artigo sobre o jovem de origem tchetchena refere que o suspeito se encontrava cada vez mais isolado nos meses anteriores aos atentados, e terá sugerido a um colega de turma que os ataques do 11 de setembro de 2001 poderiam ser justificados.
Dzhokhar Tsarnaev declarou-se em 10 de julho culpado das 30 acusações que lhe foram dirigidas, e incorre na pena de morte.
O jovem permanece detido numa prisão do estado de Massachusetts, onde ainda recupera das feridas que sofreu após os atentados e durante a fuga com o seu irmão, que acabou por ser morto a tiro pela polícia.
O acusado deverá comparecer de novo perante um juiz em setembro, antes do início do julgamento.
Lusa