"Havia informações contraditórias sobre os passageiros a bordo. Quando tomei conhecimento de que era o avião do Presidente da Bolívia, dei de imediato autorização para o sobrevoo" do território francês, disse Hollande.
O avião, suspeito de transportar o ex-consultor da CIA Edward Snowden, foi obrigado a aterrar em Viena, o que causou um imbróglio diplomático.
O Chefe de Estado francês, que participou em Berlim numa cimeira sobre desemprego jovem, falava numa altura em que o avião do Presidente já tinha partido para a Bolívia, após uma escala técnica no aeroporto de Las Palmas, nas Canárias.
Inicialmente, estava previsto que o avião fizesse uma escala para reabastecimento em Portugal, mas essa autorização foi revogada, o que foi criticado na terça-feira à noite pelo chefe da diplomacia da Bolívia, David Choquehuanca.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português confirmou hoje, em comunicado, ter cancelado, por "considerações técnicas", o sobrevoo de Portugal e aterragem em Lisboa do avião, na segunda-feira à tarde.
O comunicado do Governo português acrescenta que a interdição de sobrevoo do espaço aéreo português foi levantada às 21:10 do mesmo dia, mantendo-se no entanto a interdição de aterragem "por considerações técnicas".
Segundo a Bolívia, a recusa de vários países europeus deveu-se "a suspeitas infundadas" de que a bordo estaria Edward Snowden, que os Estados Unidos acusam de espionagem.
Em represália, o Parlamento boliviano anunciou que vai pedir a expulsão de diplomatas de Portugal, França e Itália.
Lusa