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Portugal envia oito toneladas de medicamentos para vítimas das cheias em Moçambique  

Portugal vai enviar para as vítimas das cheias  de Moçambique mais de oito toneladas de medicamentos doados por laboratórios  da indústria farmacêutica portuguesa, disse hoje à Lusa o secretário de  Estado da Saúde. 

MANUEL DE ALMEIDA

"Temos aqui cerca de oito toneladas de medicamentos, essencialmente  para a cólera, malária e para um conjunto de medicamentos que são essenciais  para a tipologia de catástrofe que o país irmão - Moçambique - sofreu, com  estas cheias", afirmou Manuel Teixeira, que assistiu num armazém do Montijo  à operação de envio da ajuda humanitária. 

O apoio às vítimas das cheias em Moçambique foi coordenado pelo Ministério  dos Negócios Estrangeiros e contou com o apoio do Ministério da Saúde que,  através do INFARMED -- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de  Saúde, conseguiu a colaboração de vários laboratórios da indústria farmacêutica  que doaram os medicamentos e produtos de saúde. 

"Nós estamos naturalmente à disposição das autoridades moçambicanas,  que nos dirão se esta ajuda é suficiente ou não", disse Eurico Castro Alves,  presidente do INFARMED, que também assistiu ao envio do material nos armazéns  de uma empresa de logística e transporte que também colaborou na operação  de forma gratuita. 

O responsável mostrou-se convicto de que seria possível realizar um  novo envio de ajuda médica, salientando que a operação de hoje foi montada  "numa semana" e que se trata de oito toneladas. 

O material humanitário vai ser transportado por navio e tem como destino  o porto de Maputo, Moçambique. 

O número de mortes causadas pelas cheias na atual estação de chuvas  em Moçambique, iniciada em outubro passado, ascende já a 113, de acordo  com dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades  (INGC). 

Os mesmos números referem que 240.827 pessoas foram afetadas pela intempérie,  a maior parte pelo transbordo de rios, das quais 185.897 continuam alojadas  em centro temporários de abrigo, estabelecidos pelo Governo de Maputo. 

A província mais afetada foi a de Gaza, no sul, que teve duas localidades,  Chókwé e Caniçado, completamente submergidas pelas águas do rio Limpopo.

Foi, entretanto, confirmada a eclosão de uma epidemia de cólera na província  de Cabo Delgado, norte, tendo sido já identificados 386 casos de doença,  dos quais resultaram apenas duas mortes. 

Para os próximos cinco dias, prevê-se a continuação de chuva persistente  no centro e norte do país, o mesmo acontecendo nas regiões do centro e oeste  da Zâmbia, cuja precipitação acabará por desaguar em Moçambique, através  da bacia do Zambeze. 

Os rios Zambeze e Licungo têm caudais acima dos níveis de alerta, e,  para agravar a situação meteorológica no centro do país, um sistema de baixa  pressão está a formar-se no Canal de Moçambique, podendo transformar-se  em ciclone.   

Lusa

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