Em declarações à cadeia de televisão árabe Al-Jazira desde Genebra, o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) salientou a dimensão da crise humanitária que se vive nas fronteiras com a Líbia, onde se regista um autêntico êxodo de pessoas que fogem da violência.
O alto-comissário manifestou-se "muito preocupado" pelo facto de a maioria da população em território líbio estar sujeita a uma situação dramática e muitas pessoas estarem a enfrentar graves problemas humanitários.
"Infelizmente o ACNUR não pode ajudar as pessoas na Líbia (...), mas estamos a conseguir fazê-lo nas fronteiras com a Tunísia e com o Egito", explicou o antigo primeiro-ministro português.
A pedido do governo de Tunes, a agência da ONU destacou várias equipas de especialistas para cidades como a de Ras Adjir, na fronteira entra a Líbia e a Tunísia.
Os funcionários do ACNUR já se encontram no terreno a trabalhar com as autoridades tunisinas e com outras organizações internacionais e têm como principal objetivo "observar a situação e identificar as vulnerabilidades individuais daqueles que necessitam de assistência imediata - como crianças desacompanhadas, mulheres com crianças e idosos".
António Guterres pediu à União Europeia que tenha "uma atitude generosa e aberta" em relação a todos os refugiados que abandonam a Líbia e quando questionado sobre a possibilidade de "um êxodo maciço", Guterres voltou a lembrar que os 27 tem um dever de "solidariedade", mostrando-se confiante de que a Europa vai cumprir com as suas responsabilidades.
Lusa