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António Guterres critica falta de resposta internacional à situação na Líbia

O alto-comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, criticou hoje a falta de resposta da comunidade internacional à situação que se vive na Líbia, de onde, salientou, estão a fugir milhares de pessoas.

Egípcios que trabalhavam na Líbia num campo de refugiados na fronteira turca
"Faço parte de uma agência humanitária pelo que não vou fazer considerações políticas sobre isso, mas sinto uma pressão no peito quando vejo o que se passa - e como a comunidade internacional tem respondido", afirmou Guterres, quando instado a comentar a falta de resposta internacional à situação na Líbia.



Em declarações à cadeia de televisão árabe Al-Jazira desde Genebra, o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) salientou a dimensão da crise humanitária que se vive nas fronteiras com a Líbia, onde se regista um autêntico êxodo de pessoas que fogem da violência.



O alto-comissário manifestou-se "muito preocupado" pelo facto de a maioria da população em território líbio estar sujeita a uma situação dramática e muitas pessoas estarem a enfrentar graves problemas humanitários.



"Infelizmente o ACNUR não pode ajudar as pessoas na Líbia (...), mas estamos a conseguir fazê-lo nas fronteiras com a Tunísia e com o Egito", explicou o antigo primeiro-ministro português.



A pedido do governo de Tunes, a agência da ONU destacou várias equipas de especialistas para cidades como a de Ras Adjir, na fronteira entra a Líbia e a Tunísia.



Os funcionários do ACNUR já se encontram no terreno a trabalhar com as autoridades tunisinas e com outras organizações internacionais e têm como principal objetivo "observar a situação e identificar as vulnerabilidades individuais daqueles que necessitam de assistência imediata - como crianças desacompanhadas, mulheres com crianças e idosos".



António Guterres pediu à União Europeia que tenha "uma atitude generosa e aberta" em relação a todos os refugiados que abandonam a Líbia e quando questionado sobre a possibilidade de "um êxodo maciço", Guterres voltou a lembrar que os 27 tem um dever de "solidariedade", mostrando-se confiante de que a Europa vai cumprir com as suas responsabilidades.



Lusa

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