O ciclone tropical Gabrielle passou de furacão de categoria 1 para uma tempestade pós-tropical, Elsa Vieira, meteorologista do Centro de Previsão e Vigilância Meteorológica dos Açores, dá conta dos efeitos da passagem pelos Açores e faz uma previsão da trajetória prevista.
O arquipélago dos Açores foi atingido nas últimas horas pelo ciclone tropical Gabrielle, que entretanto perdeu força e passou a ser considerado uma depressão extratropical “por volta das três horas desta madrugada já estava classificado como depressão extratropical”, explica Elsa Vieira.
No grupo ocidental, a situação já está praticamente resolvida, embora ainda possam ocorrer algumas rajadas.
“As rajadas que ocorreram foram na ordem dos 60, 65 km/h. Em termos de precipitação também não houve grande registo – 8 litros por metro quadrado acumulados em uma hora nas Flores e 7 litros no Corvo”.
Já nos grupos central e oriental, os efeitos ainda se fazem sentir. Até às 9 horas da manhã, prevê-se precipitação forte e rajadas mais intensas.
“Temos uma rajada de 154 km/h registada na Horta, foi a mais elevada até agora. Na Graciosa também houve uma de 117 km/h”.
Em termos de precipitação, o valor mais elevado foi de 53 litros por metro quadrado acumulados em três horas na Graciosa.
No grupo oriental, os registos são mais moderados, com a rajada mais forte a atingir os 90 km/h. Ainda assim, a meteorologista alerta que “até às 9 horas, tanto no grupo central como no grupo oriental, ainda poderá ocorrer rajadas com alguma intensidade”.
Trajetória e evolução do fenómeno
Quanto à trajetória do ciclone, Elsa Vieira explica que Gabrielle se desloca agora “em direção leste-nordeste e depois, à medida que se aproxima do continente, desloca-se um bocadinho para o sudoeste”. No entanto, sublinha que esta trajetória poderá ainda sofrer alterações, dependendo da evolução da depressão extratropical.
Gabrielle perdeu as características associadas a um furacão à medida que se aproximava dos Açores.
“Na prática, o que acontece é que ele vai perdendo intensidade. A transição para depressão extratropical significa que o fenómeno deixou de ter a estrutura típica de um furacão, com o seu núcleo quente e sistema organizado, tornando-se mais assimétrico e menos intenso".