Meteorologia

"A gente já nasceu com mau tempo": Nevão não preocupa minhotos

Na envelhecida aldeia de Zebral, em Vieira do Minho, quando arrefece as poucas dezenas de pessoas que ali vivem resguardam-se em casa junto de uma lareira reforçada, mas há quem se aventure.

Márcia Torres

Kathleen Araújo

Rui Andrade

Praticamente todo o país está com avisos por causa do mau tempo. Vento forte, agitação marítima, chuva e até queda de neve estão previstas para as próximas horas. Para a população de uma aldeia de Vieira do Minho, habituada ao frio, o grande nevão de que se fala para o fim de semana não é motivo de preocupação.

"A gente diz já nascemos com o mau tempo, já nem estranhamos sabe?", diz minhoto.

Para quem brincou na infância, em grandes nevões, agora até acha pouca a neve prevista para estes dias, que só é incómoda porque há animais para tratar.

"É muito linda, mas estorva bastante, por exemplo tenho animais noutra aldeia, perto, mas pertence a Montalegre. Para ir lá são uns 15 quilómetros, é preciso carros e não rompem tem ser trator, apanhamos um bocado de frio, mas somos obrigados a andar porque os animais têm de comer", diz Fernanda Pires, produtora de Gado.

Na envelhecida aldeia de Zebral, em Vieira do Minho, quando arrefece as poucas dezenas de pessoas que ali vivem resguardam-se em casa junto de uma lareira reforçada, mas como Domingos, há quem não resista a um pequeno passeio no campo.

“Uma voltinha dou, por vezes corro a Serra com dois cães que tenho, corta-se a neve e está a andar e antes não havia este calçado era em madeira”, explica Domingos.

Contemplativo, Domingos recorda nevões de outros tempos mais agrestes.

“Tudo branquinho gosto de ver, então eu trabalhava, limpava neve e continuava trabalhar. Onde passei havia mais neve que aqui, eu se contar minha vida é um romance”, responde.

Um romance que fica por contar, a Norte do país, onde se prevê que caia um grande nevão neste fim de semana.

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