Janela de Esperança

Microalgas podem estar na base da prevenção de intoxicações com medicamentos

Em cada ano que passa, mais de 50% das intoxicações registadas em Portugal acontecem por efeito de medicamentos. É uma realidade a que o Politécnico da Guarda quer responder com um composto de partículas de microalgas já distinguido pela Gulbenkian.

SIC Notícias

Em cada ano que passa, mais de 50% das intoxicações registadas em Portugal acontecem por efeito de medicamentos. É uma realidade a que o Politécnico da Guarda quer responder com um composto de partículas de microalgas já distinguido pela Gulbenkian.

Em milhares de intoxicações anuais registadas no país, mais de metade são por ingestão de medicamentos e pelo menos 50% são intencionais. O problema de saúde deu força ao politécnico da Guarda para dar corpo a uma ideia que partiu de um aluno.

"A ideia é de utilizar as microalgas como sendo um sistema de inibição da absorção de medicamentos em situação de intoxicação", revela Paula Coutinho, docente e investigadora da Escola Superior de Saúde da Guarda.

O projeto foi apoiado com 50 mil euros e obteve já um primeiro prémio pela fundação Gulbenkian. A importância da nova fórmula na vida prática e real parece evidente pois, segundo o relatório do INEM, em 2021 foram registadas cerca de 30 mil intoxicações, sendo que metade delas foram provocadas por medicamentos.

A matéria prima para o gel, que se encontra em fase de estudo e elaboração, são microalgas recolhidas em água doce.

“São algas de vários tipos. Nós vamos testar três diferentes, três espécies para ver qual se adapta melhor ao estudo que queremos”, explicita Inês Pinto, aluna do quarto ano de farmácia.

Há ano e meio de trabalho pela frente para fabricar esta espécie de antídoto que possa, inclusive, evitar as lavagens gástricas e superar uma falha de mercado.

“ Aquilo que é descrito na literatura e que é reportado é que a atual abordagem clínica, sobretudo associada à lavagem gástrica, a um aumento de irrigação do intestino para diminuir a taxa de absorção desses medicamentos, ou mesmo a utilização de alguns antídotos por exemplo, apresentam limitações”, afirma a docente.

As microalgas têm capacidade de absorver e há já “muitos estudos” que o comprovam.

"Os estudos hoje em dia só são na água. São utilizadas para fazer desintoxicação de água e nós queremos verificar se isso é possível no organismo humano", refere Inês Pinto.

Uma esperança para casos de intoxicação medicamentosa. Um problema de saúde com tendência crescente reportado anualmente pelo centro de informação antivenenos do Instituto Nacional de Emergência Médica.

"No caso de uma urgência se se deparam como uma situação de intoxicação por medicamentos existe a possibilidade de utilizarem uma nova formulação em gel que terá a capacidade de inibir a absorção ao nível do intestino desses medicamentos que estão a produzir toxicidade e efeitos adversos.

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