Os comentadores da SIC, José Milhazes e Nuno Rogeiro, no habitual espaço de comentário Guerra Fria, entre outros temas, analisam conversas telefónicas sobre Putin, a Igreja Ortodoxa Russa e a traição russa à promessa feita à China.
A conversa telefónica sobre a corte de Putin e as decisões tomadas pelo Kremlin estão a causar uma tempestade política na Rússia. Apesar de um dos protagonistas do telefone "jurar" que se trata de uma montagem, poucos acreditam nessas juras e entre a elite russa há quem pense igual, mas não se atreve a falar. Muitos estão, também, preocupados com o poder crescente dos homens dos serviços secretos e da guarda nacional junto do Presidente russo.
Muitas vezes ouvimos que a religião não deve servir a guerra, mas neste caso a Igreja Ortodoxa Russa apoiou a invasão da Ucrânia, o que levou milhares de crentes passar para a Igreja Ortodoxa Ucraniana independente. Contudo, representantes do clero pró-Moscovo condenaram a invasão, mas mantêm laços com a Igreja Ortodoxa Russa.
A colocação de vetores táticos nucleares russos na Bielorússia viola as promessas feitas por Putin a Xi Jinping, os acordos de não proliferação. No entanto, a medida poderá encontrar resistência interna dos bielorrussos.
Serão aplicadas mais sanções a Lukashenko devido a esta cedência, nomeadamente, da Europa , dos EUA, da Austrália e do Japão. E há quem não esqueça a traição de Minsk à Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, onde os helicópteros que atacaram Hostomel e Kiev, alinhados num aeródromo militar da Bielorússia, poucas horas antes da invasão.