Uma investigação da Universidade de Oxford, que desenvolveu a vacina da AstraZeneca em parceria com a farmacêutica, garante que o risco de coágulos sanguíneos é entre oito a 10 vezes maior depois da infeção por covid-19 do que após a administração da vacina da AstraZeneca.
Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, a equipa de cientistas explicou que os efeitos adversos são raros e mais frequentes em pessoas que ficaram infetadas com o coronavírus. Disseram também que o risco é maior em pessoas com histórico de doenças cardiovasculares.
Além disso, o estudo mostrou que o risco de formação de coágulos é 100 vezes maior após a infeção, quando comparado com uma situação normal.
Covid vs Vacinação
Para o estudo foram considerados 513.284 doentes covid e 489.871 pessoas vacinadas com a Pfizer ou Moderna. Os dados da AstraZeneca foram disponibilizados pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
No estudo, foram confirmados 39 casos de trombose venosa cerebral (TVC) por cada milhão de doentes covid. No entanto, foram registados quatro casos por cada milhão de pessoas com a vacina da Pfizer e da Moderna e cinco casos em cada milhão com a vacina da AstraZeneca contra a covid-19.
Estes dados surgem numa altura em que a Comissão Europeia pediu à Agência Europeia de Medicamentos para rever os dados sobre a vacina da AstraZeneca, de forma a garantir uma "abordagem coerente e unificada" na União Europeia relativamente ao fármaco.
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As duas "conclusões importantes"
Os dados do estudo da Universidade de Oxford são ainda provisórios porque correspondem apenas ao Reino Unido. No entanto, os investigadores referem que há "duas conclusões importantes": a covid-19 aumenta o risco de coágulos e o risco é maior em doentes covid do que em vacinados, mesmo em pessoas com menos de 30 anos.