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Covid-19: peritos de pediatria defendem prioridade à vacinação dos adultos e crianças de risco

A vacinação contra a covid-19 de crianças entre os 5 e os 11 anos em Portugal arranca no fim de semana de 18 e 19 de dezembro.

Jae C. Hong

Lusa

SIC Notícias

Os especialistas em pediatria que elaboraram um parecer para a Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 defenderam que deve ser dada prioridade à vacinação dos adultos e dos grupos de risco, incluindo as crianças dos 5 aos 11 anos.

"Poderá ser prudente aguardar por mais evidência científica antes de ser tomada uma decisão final de vacinação universal deste grupo etário", afirma o parecer do grupo de trabalho de pediatria e saúde infantil constituído, entre outros, por peritos da Comissão Nacional da Saúde Materna, Criança e Adolescente, da Ordem dos Médicos, hospitais, pela coordenadora do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil da DGS e pelo presidente da Sociedade de Portuguesa de Cardiologia Pediátrica.

No documento divulgado esta tarde pela Direção-Geral da Saúde, os peritos consideram importante "seguir atentamente" a experiência dos países onde a vacina já começou a ser utilizada neste grupo etário.

Defendem também que seria importante conhecer "a seroprevalência da infeção neste grupo etário em Portugal pois níveis elevados de imunidade natural reduziriam o impacto da vacinação", bem como conhecer o impacto do programa de vacinação dos 12 aos 15 anos em Portugal.

"As crianças que pertencem a grupos considerados de risco para doença grave podem ter um balanço de risco-benefício diferente que justifica prioridade na sua vacinação", salientam, advertindo que "qualquer que seja a decisão que venha a ser tomada, será importante transmitir informações transparentes e claras sobre os factos e as razões que determinaram essa opção".

Advogando ser "fundamental e prioritário" manter o processo de vacinação de adultos, os especialistas realçam que, "até hoje, as variantes do SARS-CoV-2 que foram surgindo demonstraram ter maior transmissibilidade, mas sem evidência de maior gravidade em idade pediátrica".

Sublinham ainda que o grupo de trabalho é constituído por elementos com experiência para avaliar os benefícios e os riscos da vacinação para a saúde da criança, defendendo que "considerações detalhadas sobre impactos educacionais, sociais e económicos mais amplos deverão ser procuradas junto de outros peritos".

Perante esta situação, os peritos consideram no parecer que "deve ser dada prioridade à vacinação dos adultos e dos grupos de risco, incluindo as crianças dos 5 aos 11 anos".

Vacinação de crianças abaixo dos 11 anos arranca a 18 e 19 de dezembro

A vacinação contra a covid-19 de crianças entre os 5 e os 11 anos em Portugal arranca no fim de semana de 18 e 19 de dezembro, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

"Portugal iniciará a vacinação das crianças abaixo dos 12 anos no fim de semana de 18 e 19 de dezembro. Esta é uma decisão que resulta da recomendação da Direção-Geral da Saúde, ouvida a Comissão Técnica de Vacinação e ponderadas as questões de natureza logística com o núcleo de coordenação de apoio ao Ministério da Saúde, nomeadamente a disponibilidade de vacinas", adiantou Lacerda Sales em conferência de imprensa, em Lisboa.

Segundo disse o governante, a vacinação dessa faixa etária vai arrancar com as crianças mais velhas, de 11 e 10 anos, descendo progressivamente até aos 5 anos.

"A 18 e 19 de dezembro serão vacinadas as crianças de 11 e 10 anos, podendo também ser vacinadas algumas de 9 anos. A 6, 7, 8 e 9 de janeiro - quinta, sexta-feira, sábado e domingo - serão vacinadas crianças entre os 9 e os 7 anos", adiantou o secretário de Estado.

De acordo com Lacerda Sales, a 15 e 16 de janeiro será a vez das crianças entre os 6 e os 7 anos, enquanto a 22 e 23 de janeiro serão vacinadas as crianças de 5 anos.

Entre 5 de fevereiro e 13 de março serão administradas as segundas doses, altura em que ficará o esquema vacinal completo para esta faixa etária, estima o Governo.

O secretário de Estado anunciou ainda que, a partir de segunda-feira, estará aberto ao autoagendamento para a toma da vacina e que as crianças com comorbilidades terão prioridade na vacinação, independentemente da idade, desde que tenham prescrição médica.

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