Tribeca Festival

Discurso de Dino D'Santiago sobre racismo é aplaudido de pé e deixa Whoopi Goldberg emocionada

Numa conversa durante o segundo dia do Tribeca Festival em Lisboa, Dino D'Santiago leu um poema sobre racismo e foi aplaudido de pé por quem estava presente.

Rita de Sousa

Whoopi Goldberg e Dino D’Santiago juntaram-se no palco do Tribeca Festival em Lisboa para falar sobre o modo como novos formatos de entretenimento podem dar voz a comunidades diversas. 

A conversa, que foi moderada pela jornalista Catarina Carvalho, teve como momento alto a altura em que o artista leu um poema, escrito por si, sobre as dificuldades e os preconceitos que teve de ultrapassar devido à cor da sua pele. 

"Querida Whoopi Goldberg, nasci no ventre da escuridão, a cor mais antiga do mundo, a mesma que o céu veste quando todas as luzes se apagam e a humanidade se esquece de si mesma. (...) Aminha pele negra parecia desonrar a imagem do Salvador que me ensinaram a amar. E com isso, cresceu o pecado da comparação, de desejar ser algo que não sou. Aquele Jesus branco não poderia ser meu irmão, pensei. Então, passei a acreditar que o erro era meu, que o fardo do pecado era a minha própria existência", começou por dizer o artista. 

O discurso, longo e emotivo, deixou todos à sua volta emocionados e atentos às palavras declamadas pelo artista, incluindo a comediante norte-americana Whoopi Goldberg. 

"Cresci a culpar o mundo, a culpar os meus pais por me terem trazido ao mundo antes que eles soubessem como protegê-lo da pobreza e do medo. O que eu não sabia é que a cor do breu não é um erro, mas uma canção que o mundo ainda não aprendeu a cantar", concluiu. 

Ao terminar, o público aplaudiu de pé as palavras ditas pelo artista. 

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