A TAP está, esta terça-feira, a ser alvo de buscas no âmbito de um inquérito à indemnização paga à ex-administradora da companhia aérea Alexandra Reis, anunciou o Ministério Público.
As buscas abrangem ainda um escritório de advogados em Lisboa e "pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo", refere, numa nota, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.
Em comunicado, a PJ confirma o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e de pesquisa informática. Nas diligências da PJ participam 20 inspetores e especialistas de polícia cientifica, bem como procuradores da República e um juiz de instrução.
Em causa estão suspeita da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder.
O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e em investigação estão "factos relacionados com a atribuição de indemnização aquando da renúncia de uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP".
A polémica indemnização de meio milhão de euros
Em dezembro de 2022 a TAP esteve envolvida numa polémica devido ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à então administradora Alexandra Reis pela sua saída antecipada da companhia.
Em 31 de maio de 2023 a gestora assegurou ter devolvido nesse dia à empresa 266.412,76 euros, "o montante líquido global indicado pela TAP".
Segundo o comunicado, as buscas de hoje visam "a apreensão da documentação" e estão a ser "presididas por procuradores da República e juiz de instrução, coadjuvados por inspetores da Polícia Judiciária (PJ)".
TAP garante colaborar com autoridades
A TAP garantiu entretanto que colabora com as autoridades em todas as investigações e rejeitou comentar processos judiciais.
"A TAP não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações", reagiu a companhia aérea, em resposta escrita enviada às redações.
A TAP e Alexandra Reis celebraram um acordo de cessação de relações contratuais, por iniciativa da companhia aérea, como veio a companhia explicar após a comunicação à CMVM.
Este caso tornou-se público numa altura em que Alexandra Reis era já secretária de Estado do Tesouro da equipa do ministro Fernando Medina e motivou a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito.