A ministra da Presidência afirmou esta quinta-feira que o Governo está "muito confortável" com o despedimento da ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, defendendo que o relatório que sustentou a decisão era inequívoco.
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, falava esta quinta-feira no briefing após o Conselho de Ministros, quando foi questionada sobre a entrada do processo em tribunal pela antiga CEO da TAP, que exige 5,9 milhões de euros.
"O Governo tomou uma decisão com base num relatório que é absolutamente inequívoco e por isso estamos muito confortáveis com a decisão tomada", disse.
A governante sublinhou que o executivo "na altura tomou a decisão com base num relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF)", que considerou que "era suficientemente sólido".
"Quanto ao tema de decisões tomadas fora do enquadramento que deveriam ter sido tomadas, mantém naturalmente a sua decisão. Quanto ao resto, todos temos o direito de nos defender e decidirmos todos os processos que queiramos decidir", disse.
A ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, deu oficialmente entrada com um processo em tribunal contra a TAP. A antiga presidente executiva da companhia aérea pede 5,9 milhões de euros de indemnização.
A indeminização e o despedimento
A 4 de abril deste ano, a presidente executiva da TAP compareceu à comissão de inquérito à TAP onde disse ser "um mero bode expiatório" no caso da indemnização a Alexandra Reis e acusou o Governo de fazer um despedimento "ilegal e pela televisão", sem respeito por uma executiva sénior.
"Sou um mero bode expiatório", afirmou a presidente executiva (CEO) da companhia aérea, na apresentação inicial da sua audição na comissão de inquérito à TAP, na qual está acompanhada pelos dois advogados.
Relembramos que Alexandra Reis teria sido convidada a sair da comissão executiva da companhia aérea, por suposto mútuo acordo, com uma indemnização de 500 mil euros.
Esta situação gerou o despedimento da CEO, Ourmières, e do chairman, após ponderação e avaliação de um relatório da IGF a pedido do Governo, que a ex-CEO qualificou estarem a inseri-la numa “batalha política”.
Por considerar que o seu despedimento não teve por base “uma justa causa”, a ex-CEO pede, agora, uma indemnização 10 vezes maior do que a que levou ao seu despedimento e que a sua ex-colega ia auferir.