TAP: o futuro e as polémicas

Há três interessados na TAP. Afinal, quem são?

O Governo está a dar os primeiros passos para iniciar o processo de privatização da TAP e vai pedir duas avaliações financeiras independentes para apurar o valor da companhia aérea.

Armando Franca

SIC Notícias

A privatização da TAP deverá arrancar, ainda, antes do verão e apesar do Governo não ter avançado com nomes, a SIC sabe que existem três interessados na companhia aérea portuguesa.

"Há interessados na TAP que é uma grande companhia, já era uma grande companhia pela sua dimensão puramente aeronáutica, no contexto da transição energética representa um potencial de valorização acrescida e esse potencial está também relacionado com o setor da aviação", disse o ministro João Galamba.

Os interessados

Comecemos pelo grupo IAG, que junta a British Airways e a Iberia. Em caso de vitória dos britânicos e espanhóis, a companhia aérea portuguesa poderá ter a base de operações desviada de Lisboa para Madrid e perder muitas das atuais ligações diretas para a Europa, América e África.

O grupo Lufthansa é outro dos interessados na TAP, liderado pela companhia aérea germânica que já detém duas low-cost sediadas na Alemanha e, ainda, das principais companhias aéreas da Áustria e da Suíça.

O terceiro nome da lista na corrida para a compra da TAP é o grupo formado pela KLM e Air France.

Além da KLM e da Air France, controlam 3 low cost: duas na França e outra nos Países Baixos e ainda dão detentores da companhia aérea queniana.

Governo vai pedir duas avaliações financeiras independentes

O Executivo vai pedir duas avaliações financeiras independentes para apurar o valor da companhia aérea. Esta é uma etapa necessária para dar início ao processo de venda da companhia portuguesa.

"São avaliações obrigatórias, no âmbito da lei das privatizações, como condição prévia para dar início ao processo de privatização da companhia", explica Fernando Medina

Ao lado das ministras Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, na quarta-feira e, esta quinta-feira, acompanhado pelo ministro João Galamba, Fernando Medina pretende dar um sinal de união após a polémica do parecer jurídico e mostrar que tal como o Governo, a TAP também não sai abalada pela turbulência dos últimos meses.

"A TAP tem um valor intrínseco, enquanto elemento de geração de valor a partir do hub de Lisboa e queria aqui valorizar de novo os resultados positivos que a companhia teve no ano de 2022, antecipando aliás o que eram as metas do plano de reestruturação", disse Fernando Medina

Os resultados positivos da TAP foram conseguidos quando Christine Ourmières-Widener, ainda, era CEO da companhia aérea portuguesa, mas é com o novo presidente executivo que a TAP se prepara para ser vendida.

Estas declarações do Governo não caiu bem aos partidos quer de direita quer de esquerda. O Chega olha com desconfiança para este anúncio e chegam a dizer que é “para desviar atenções”.

"É evidente que o Governo decidiu fazer isto hoje para escapar e para desviar as atenções das informações que estão a ser recolhidas ao nível da comissão parlamentar de inquérito", manifesta o líder parlamentar do Chega, André Ventura.

Já os partidos de esquerda mostram-se preocupados com o futuro da companhia aérea, sendo esta “uma decisão criminosa do ponto de vista do desenvolvimento económico”.

"É entregar ao estrangeiro um fator fundamental da nossa soberania e desenvolvimento, é uma decisão criminosa do ponto de vista do desenvolvimento económico e politicamente é um ato de submissão aos interesses e ao poder das multinacionais", comentou Bruno Dias do Partido Comunista.

António Costa já veio dizer que o Estado vai manter uma participação na companhia aérea, após a venda, para garantir a continuidade territorial e estratégica da empresa, mas ainda não está decidido que fatia da TAP continuará nas mãos do Estado.

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