TAP: o futuro e as polémicas

Manuel Beja pediu ao Governo em 2021 para alterar legislação dos vistos

TAP queria alterar a concessão de vistos para viagens consideradas não essenciais. O pedido foi feito pelo chairman da companhia aérea.

SIC Notícias

O presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, pediu ao Governo para mudar a legislação dos vistos para viagens não essenciais, em 2021 durante a pandemia de covid-19.

A informação é avançada pelo Jornal de Negócios, que adianta que o chairman da TAP enviou um email, em setembro de 2021, ao secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.

No email, questionou se havia espaço para alterar a concessão de vistos para viagens consideradas não essenciais. E se sim, se a alteração podia ser através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Manuel Beja reencaminhou depois um segundo email da diretora de marketing e vendas da companhia aérea, no qual explicava que as embaixadas portuguesas de países fora da União Europeia ou do Espaço Schengen recusavam os vistos para as viagens não essenciais. Esta recusa representava um obstáctulo às vendas da TAP nesses países, em particular dos PALOP.

O objetivo seria que a companhia aérea não ficava em desvantagem em relação às empresas rivais.

Como as embaixadas de países como Espanha, França e Bélgica concediam vistos, os passageiros compravam voos às companhias desses mesmos países como a Iberia, Air France ou Brussels Airlines.

Num email à administradora Sílvia Mosquera, a então diretora de Marketing e Vendas dizia que "havia interesse de alterar a legislação portuguesa retirando a autorização exclusiva para viagens essenciais" e que "qualquer ajuda junto do Governo seria muito útil".

Na troca de emails revelada pelo Jornal de Negócios, não consta a resposta de Hugo Mendes.

O decreto-lei foi alterado no ano seguinte.

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