O número de mortos na Síria foi atualizado e há ainda milhares de pessoas desaparecidas.
Num país ainda em guerra, mais de uma década depois dos primeiros protestos pacíficos contra o regime autocrático do presidente Bashar al-Assad, milhares de sírios tentam sobreviver a mais uma provação.
As imagens desta reportagem são de Idlib, controlada pelas forças rebeldes.
Na região ainda controlada pelas forças rebeldes, cercada pelas tropas russas que apoiam Bashar al-Assad, estima-se que vivam 4 milhões de sírios, muitos deslocados de outras áreas do país.
É sobretudo aqui que os chamados capacetes brancos atuam. As brigadas de voluntários civis, que ficaram conhecidas pelo resgate de sobreviventes dos bombardeamentos, tentam agora fazer o mesmo entre os destroços dos edifícios derrubados pelo terramoto.
A guerra afastou uma parte da ajuda internacional, que se concentra na Turquia. Apesar das promessas de apoio de Damasco às áreas controladas pela oposição, faltam meios para conseguir salvar quem ainda esteja vivo debaixo dos escombros.
Aleppo é uma das cidades sírias mais afetadas
Entre as cidades sírias mais afetadas pelo sismo está Aleppo: a cidade-mártir que, entre 2012 e 2016, foi palco de uma das mais sangrentas batalhas na história do pais.
Sete anos depois das forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad terem recuperado o controlo de Aleppo, a cidade, arrasada pelos bombardeamentos da força aérea russa, estava a ainda a tentar levantar-se do chão.
O sismo da madrugada desta segunda-feira provocou mais estragos precisamente nas áreas onde a longa batalha por Aleppo tinha deixado mais marcas.
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Alguns edifícios que, apesar dos danos tinham conseguido sobreviver aos quatro anos mais sangrentos da guerra, não sobreviveram ao terramoto. O mesmo aconteceu a muitos dos habitantes da maior cidade síria.
O número de vítimas permanece em aberto. Há demasiadas pessoas desaparecidas entre o que resta dos edifícios que ruíram e poucas mãos para procurar sobreviventes.
Há centenas de prédios vazios em Aleppo, presos por arames que dificilmente vão resistir a uma réplica. Milhares de pessoas - muitas pela segunda vez - ficaram sem casa.