Rumo à Lua

Sonda despenha-se: “Nos próximos 10 anos, a Rússia está fora da corrida ao espaço”

José Milhazes e Manuel Poêjo Torres analisam as consequências da queda da sonda russa na Lua. A Luna-25 despenhou-se na superfície do satélite depois de ter girado numa órbita descontrolada.

José Milhazes

Manuel Poêjo Torres

A sonda russa Luna-25 tinha como objetivo ser a primeira nave espacial a aterrar no polo sul da Lua, mas falhou a missão, ao despenhar-se na superfície lunar. O comentador SIC José Milhazes diz tratar-se de uma “humilhação” para Moscovo, que fica fora da corrida ao espaço “nos próximos 10 anos”.

“É particularmente desagradável para Putin. Prepararam a sonda durante 18 anos, gastaram milhares de milhões de rublos e o resultado… caiu. Ainda será mais humilhante se a Índia, como está programado, fizer alunar no mesmo lugar uma sonda nos próximos dias. A Rússia fica, nos próximos 10 anos, fora da corrida ao espaço”, afirma.

Manuel Poêjo Torres não tem dúvidas de que a Rússia “já não é o player espacial” que foi outrora e que esta missão espacial foi fruto de uma “grande campanha de propaganda” para tentar vender a perceção de que o país é uma grande potência espacial.

O comentador SIC sublinha que esse tipo de campanhas está sempre associada a uma narrativa de que a Rússia é um grande império e que está um passo à frente dos adversários. No entanto, diz que Moscovo “tem demonstrado ser um verdadeiro tigre de papel”.


“A Rússia tem tido alguns sucessos operacionais, mas não é de todo aquela máquina de guerra que já foi”, defende.

Manuel Poêjo Torres alerta, ainda assim, que tal não significa que Moscovo não volte a ter esse papel dominante, apesar de a “Ucrânia e alguns estados europeus estarem a tentar evitá-lo”.

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