O regresso de humanos à Lua, que faz parte do programa espacial Artemis, e que inclui a ida da primeira mulher, foi adiado de 2024 para "no mínimo" 2025, divulgou na terça-feira a agência espacial norte-americana NASA.
A data de 2024 tinha sido definida pela administração liderada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, mas foi considerada, de uma forma consensual, praticamente impossível de ser concretizada.
Este atraso era esperado, embora seja a primeira vez que a NASA o assuma oficialmente, noticia a agência AFP.
A agência espacial norte-americana estava a aguardar, em particular, o desfecho de uma disputa legal relativa ao desenvolvimento do futuro módulo de aterragem, para anunciar o novo cronograma.
"Perdemos praticamente sete meses em litígios e isso provavelmente atrasou a aterragem dos humanos na Lua até 2025, no mínimo", salientou o administrador da NASA, Bill Nelson, durante uma conferência de imprensa.
O administrador da NASA disse que o Congresso não forneceu dinheiro suficiente para desenvolver um sistema de aterragem para o programa Artemis e é necessário mais dinheiro para o foguetão Orion. Além disso, uma disputa legal da empresa de Jeff Bezos, Blue Origin, paralisou o trabalho do módulo de aterragem lunar em desenvolvimento pela SpaceX de Elon Musk.
O administrador da NASA revelou ainda que a missão Artemis 2, a primeira deste programa com astronautas a bordo, mas que não irá pousar em solo lunar, tem agora "uma data previsível para descolagem de maio de 2024".
A segunda missão, que tinha sido anunciada anteriormente para 2023, "irá mais longe do que qualquer ser humano jamais foi, provavelmente quase 65 mil quilómetros além da Lua e irá regressar à terra", referiu.
Já a missão Artemis 1, a primeira de teste até à Lua, não inclui astronautas a bordo e está agendada para fevereiro de 2022, conforme anunciado recentemente.
A missão que irá levar a primeira mulher ao solo da Lua, irá chamar-se Artemis 3.
Missão NASA / ESA
Todas estas missões vão utilizar o novo foguetão da NASA, o SLS, que irá impulsionar a cápsula Orion até à Lua.
O foguetão está já atualmente totalmente montado no Kennedy Space Center, na Flórida, a aguardar a descolagem.
A Agência Espacial Europeia participa na missão com o módulo de serviço construído na Europa que fornece energia e propulsão para a nave espacial Orion e também fornecerá água e ar para os astronautas em futuras missões.
Custos e problemas legais
O custo do desenvolvimento da cápsula onde os astronautas viajarão, aumentou de 6,7 biliões de dólares [cerca de 5,7 biliões de euros] para 9,3 biliões [cerca de 08 biliões], revelou Bill Nelson.
Mas os astronautas irão a bordo de um módulo para a aterragem lunar, onde vão chegar ao solo da Lua e depois regressar.
A construção deste módulo de aterragem foi confiada à empresa SpaceX, de Elon Musk, e terá o nome Starship, encontrando-se em fase de desenvolvimento no Texas.
Estes trabalhos, numa parceria entre a NASA e a SpaceX, estiveram interrompidos após a Blue Origin, que também se tinha candidatado à adjudicação deste contrato, ter apresentado queixa contra a escolha da agência espacial, por acreditar que o processo de seleção tinha sido injusto.
A reclamação foi indeferida na semana passada por um tribunal federal.
O programa Artemis tem como objetivo estabelecer uma presença duradoura na Lua e preparar-se para viagens a Marte.
Os primeiros humanos a pisar o solo lunar fizeram parte da missão Apollo 11, em 1969, e a última vez que humanos estiveram na Lua foi em 1972, através do programa Apollo 17.
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