O Papa Leão XIV, líder da Igreja Católica, falou por telefone com o padre Gabriel Romanelli, da paróquia da Sagrada Família, em Gaza, que está determinado em ficar apesar da invasão israelita, anunciou esta terça-feira o Vaticano.
O chefe de Estado do Vaticano expressou "preocupação" e garantiu a Romanelli as suas "preces" e acompanhamento "próximo" da situação, segundo fonte oficial da Santa Sé.
"A situação já vinha sendo má há muito tempo e, infelizmente, está a ficar pior. Nós estamos bem. Ouvimos muitos estrondos, especialmente a oeste e a noroeste da cidade. Estamos no leste. Ainda cá estamos, com os nossos cerca de 450 refugiados. Estamos a distribuir tudo o que temos e também aos nossos vizinhos, que são muitos", contou o pastor católico.
Em julho, Romanelli foi um dos vários feridos num ataque das Forças de Defesa de Israel (FDI) que matou outras três pessoas.
Antes da sua morte, o Papa Francisco falava quase diariamente ao telefone com Romanelli para acompanhar a evolução do conflito e saber da situação da Igreja da Sagrada Família.
A cidade de Gaza, que já estava sitiada, foi fustigada durante a madrugada de hoje com bombardeamentos a partir de helicópteros e drones (aeronaves pilotadas remotamente).
Os carros de combate blindados israelitas avançaram rumo à cidade, que Israel alega albergar entre dois e três mil combatentes do movimento radical islamista Hamas, autor do ataque terrorista de 07 de outubro de 2023.
Hoje, uma comissão internacional independente de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou Israel de genocídio contra a população palestiniana na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.
A comissão disse que a responsabilidade pelo que está a acontecer no enclave "cabe ao Estado de Israel" e que as ações militares têm a "intenção de destruir" os palestinianos.
Com Lusa