Entre os que se despediram de Francisco está Antonio Siracusa, um dos convidados a esperar pela urna do Papa nas escadas da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Durante anos viveu na rua, mas a vida mudou graças ao abrigo de Sant’Egidio, um antigo palácio de freiras transformado num lar para pessoas sem-abrigo, por vontade do próprio Papa.
É nesse edifício, doado pelo Vaticano, que agora vivem 45 pessoas. Uma concretização prática dos valores que Francisco sempre defendeu. Desde o início do pontificado, Jorge Mario Bergoglio fez questão de lembrar os que mais sofrem. Inspirado por São Francisco de Assis, o pontífice optou por um estilo de vida simples e próximo das pessoas, sobretudo das que mais precisam.
Ao longo dos seus doze anos à frente da Igreja Católica, Francisco acolheu sem-abrigo à sua mesa, chegando a convidar mais de mil por vez. Mandou instalar chuveiros públicos e uma lavandaria junto à Praça de São Pedro. E, pouco antes de ser hospitalizado, doou um milhão de euros para construir vinte casas destinadas a famílias em dificuldades económicas.
Francisco foi sepultado há mais de uma semana na mesma basílica onde tantas vezes rezou. Com o fim do luto, a Igreja volta agora o olhar para o futuro.
A partir de quarta-feira, 133 cardeais vão entrar na Capela Sistina para escolher o novo líder da Igreja Católica. Só sairão de lá quando houver fumo branco - sinal de que há novo Papa.