O mundo católico continua a contar os dias para a cerimónia fúnebre do Papa Francisco e, posteriormente, para o conclave. Na eleição do novo Papa irão participar, pela primeira vez, cardeais de mais de 20 países, incluindo Timor-Leste.
Portugal conta atualmente com quatro cardeais com direito a voto no conclave: D. Américo Aguiar, D. José Tolentino de Mendonça, D. Manuel Clemente e D. António Marto.
D. Américo Aguiar, atual bispo de Setúbal, destacou o empenho do Papa Francisco na defesa dos migrantes, recordando que, sendo ele próprio filho e neto de migrantes, “viveu na primeira pessoa o drama daquilo que vivem”.
“Entendemos bem porque é que o Papa Francisco dedicou tanto do seu coração à questão dos migrantes: é filho e neto de migrantes, viveu na primeira pessoa o drama daquilo que vivem”, afirmou o cardeal esta quarta-feira, em direto na SIC Notícias a partir do Vaticano.
O cardeal português deixou ainda um apelo: “Não nos esqueçamos de que estamos a falar de pessoas. Estamos a falar de irmãos e irmãs, independentemente da cor, do credo, da raça ou das sensibilidades.”
D. Américo Aguiar, que terá direito de voto no conclave que irá eleger o novo Papa, acrescentou ainda: “Não há homenagem maior a Portugal e aos portugueses do que uma pessoa de outro país sonhar vir para Portugal e aqui constituir família.”
Após o funeral do Papa Francisco, terá início o conclave. Os 137 cardeais com direito a voto serão literalmente encerrados na Capela Sistina até que seja eleito um novo Papa.
D. Américo Aguiar terminou com uma nota de humor sobre o isolamento dos cardeais, dizendo esperar que o wi-fi “funcione com o Espírito Santo”.