Papa Francisco

Papa Francisco foi "uma voz que sussurrou a paz no ouvido dos lobos"

Francisco foi o "Papa da aproximação e, acima de tudo, o trabalho que fez ao longo do seu pontificado teve que ver sempre com o trabalho na aproximação dos extremos", considera Manuel Poêjo Torres, no explicador do Jornal do Dia.

Manuel Poêjo Torres

O jesuíta que nunca sonhou ser Papa, mas que se tornou numa das figuras globais mais influentes e inspiradoras da atualidade. Um pontífice raro pela abordagem, pela proximidade, pelos gestos, respeitado e ouvido por líderes de todo o mundo. Um homem que nunca deixou de lutar pela justiça social, defender os mais desfavorecidos, os migrantes, as minorias, o que teve consequências políticas também, apesar de ele sempre dizer e reforçar que não era um político. A análise de Manuel Poejo Torres, no explicador desta terça-feira no Jornal do Dia.

"A Igreja Católica não é um movimento ideológico. Não é nem de esquerda nem de direita. É uma missão dada por Jesus Cristo aos homens, uma grande herança divina para a construção da Igreja de Cristo. E neste sentido, como a Francisco, tal como a Francisco, tal como a outros Papas, temos que dar o nosso obrigado.

O obrigado por defender as minorias, por defender a fé da Igreja, por dar garantias da solidariedade, não apenas da estrutura da Igreja, mas na transmissão daquilo que são os valores fundamentais do cristianismo aos diferentes fiéis, àqueles que são fiéis e àqueles que não são fiéis", sublinha o comentador da SIC.

Manuel Poêjo Torres partilha da ideia de que o Papa Francisco marca pela proximidade com o que quis estar do povo, dos católicos, não católicos, porque fez também esse trabalho inter-religioso, mas também fez um trabalho interno da própria Igreja.

"Normalmente o Papa Francisco é categorizado e adjetivado como o Papa de todos. Eu não o vejo assim. Eu vejo que é um Papa da aproximação e, acima de tudo, o trabalho que Francisco fez ao longo do seu pontificado teve que ver sempre com o trabalho na aproximação dos extremos", refere o comentador da SIC.

Dando um exemplo recente, Poêjo Torres diz que oPapa Francisco não pôde ir mais longe porque, "embora seja uma voz que sussurra a paz no ouvido dos lobos, é complicado fazer um trabalho quando Vladimir Putin, que não é um líder democrático, que detém uma grande expressão cristã no seu Estado".

O Papa Francisco é o grande tema na análise Manuel Poêjo Torres, esta terça-feira, no habitual explicador do Jornal do Dia.

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