Papa Francisco

O legado de Francisco: paz, inclusão e reforma na Igreja Católica

Para Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, não há dúvida que Francisco foi o Papa que esteve "mais próximo e atento" aos mais vulneráveis, aos fragilizados, e aos que estão mais marginalizados na sociedade.

Ricardo Alexandre

Por todo o mundo somam-se os elogios à coragem do Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira, um dia após a Páscoa. Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, destacou, sobretudo, os esforços do pontífice para promover a paz em diversos conflitos, como o da Ucrânia e no Médio Oriente.

“O Papa tentou todos os possíveis e os impossíveis para que as guerras fossem travadas. Fez um trabalho importante, especialmente no início do conflito na Ucrânia, defendendo que não há paz sem desarmamento, mas o destino dos conflitos não depende das vontades de um só homem" quando não era sequer um ator do processo, afirmou, destacando que nenhuma das partes em conflitos compartilham os mesmos valores religiosos de Francisco.
"É de louvar o esforço de um líder de uma igreja católica quando nenhuma das partes em conflito segue a Igreja Católica", completou.

Legado de humanismo e inclusão

Para o comentador SIC, não há dúvida que Francisco foi o Papa que esteve "mais próximo e atento" aos mais vulneráveis, aos fragilizados, e aos que estão mais marginalizados na sociedade.

"Com o papado de Francisco tivemos, por exemplo, as mulheres em lugar de tão elevado destaque no Vaticano, ainda que a reforma não tenha sido mais profunda, porque também lutou contra forças internas dentro da Igreja Católica, mas é, sem dúvida, um legado profundamente humanista e de respeito", acrescentou o jornalista.

O Futuro do papado

"Após um Papa sul-americano, seria interessante termos um Papa africano ou asiático", sugeriu o jornalista da TSF, salientando que a crescente representatividade de cardeais de fora da Europa pode refletir uma tentativa de Francisco de reformar e diversificar a Igreja Católica.

No entanto, Ricardo Alexandre reconhece que, apesar dos esforços de Francisco, não se pode afirmar com certeza que tenha conseguido implementar todas as reformas desejadas.

"Francisco foi alguém que verdadeiramente tentou reformar. Eu não sei se reformou efetivamente, mas a própria composição do Colégio de Cardeais, com a diminuição do número de europeus, reflete essa vontade de mudança", concluiu.

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