Há quase 30 anos que um Papa não vinha à Bélgica. Francisco chega numa altura em que os abusos sexuais por membros da Igreja são ferida aberta na sociedade. Joel Devillet é uma das vítimas e foi convidado pelo Rei para estar presente na receção ao Papa, mas saiu desiludido.
"Porque é que não nos chamou à parte, para nos dar a mão pelo menos dois segundos, para lhe dizermos olá, que estamos aqui, que existimos. Não. Fiquei com a impressão que estava ali como uma planta. Fazem isto para dizer que sim, que havia vítimas presentes. Mas isso serve de quê?", disse a vítima à SIC.
Francisco foi recebido como Chefe de Estado, mas foi ao Chefe da Igreja Católica que o primeiro-ministro belga deixou palavras duras de pressão.
"Deve haver justiça. Mas quando algo corre mal, não podemos aceitar um encobrimento", referiu Alexander De Croo.
O Papa ouviu e voltou a condenar.
"A Igreja deve envergonhar-se e pedir perdão", disse durante a sua visita Francisco.
Durante a passagem pela Bélgica, o Papa Francisco vai encontrar-com 15 vitimas que deverão insistir na criação de um sistema de indemnização. Joel Devillet é um dos poucos que conseguiu a reparação nos tribunais.
" A mim foi a Justiça que me fez justiça. Que me deu razão ganhei contra quem abusou de mim. Eu não espero nada da Igreja".
À tarde em Louvaina, onde a Universidade Católica comemora 600 anos, muitos esperaram à chuva para o ver. Entre uma multidão multicultural, Joseph veio de propósito da Alemanha.
"Vim para ver o Papa. É o meu sonho porque gosto muito dele", contou à SIC.