Orçamento do Estado

Aumento das pensões aprovado com "lamento" do PS e "ponderação" do Chega

É a grande mudança que a oposição faz ao Orçamento do Estado. No próximo ano, quem recebe pensões até aos 1.565 euros vai ter um aumento adicional de 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei.

Amanda Martins

Afonso Guedes

Romeu Carvalho

As pensões mais baixas vão mesmo ter um aumento adicional no próximo ano, além da atualização prevista por lei. A proposta do PS para uma subida estrutural de 1,25 pontos percentuais foi aprovada, como esperado, com a abstenção do Chega. É a maior derrota do Governo neste Orçamento do Estado.

No próximo ano, quem recebe pensões até aos 1.565 euros vai ter um aumento adicional de 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei.

"Ficam a ganhar os reformados em Portugal. Lamentamos, apenas, que esta aprovação tenha sido feita com voto contra da coligação que governa Portugal. Este é um aumento importante, que não põe em causa as contas públicas", referiu Pedro Nuno Santos.

Pedro Nuno Santos: "Não me passa pela cabeça que o Governo esteja contra o aumento das pensões"

"O Chega assume a responsabilidade plena. Esta não é uma decisão tomada de ânimo leve, foi uma decisão ponderada num país em que as pensões baixas são irremediavelmente ligadas à miséria e à pobreza", disse André Ventura.

A medida socialista avança contra a vontade do Governo. O ministro da Presidência insiste que a opção mais responsável seria um bónus.

"É possível, como nós provámos, reforçar o poder de compra dos pensionistas e fazê-lo de uma forma financeiramente mais sustentável, que é sob a forma de suplemento extraordinário pago em cima da atualização de pensões. Aquilo que deve ficar de permanente é a atualização prevista na lei", considerou António Leitão Amaro.

Nas reações, a esquerda saúda a vitória que ajudou a concretizar, apesar de querer um aumento mais ambicioso.

"Votámos favoravelmente a proposta do PS porque, ainda assim, tem um acréscimo em relação àquilo que foi proposto por parte do Governo. Mas é uma proposta que fica longe daquilo que é necessário", explicou a líder parlamentar do PCP, Paula Santos.

Também Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, explicou o voto contra:

"Já existe um aumento previsto na lei, ele é consensual e indiscutível, e depois o aumento das pensões deveria fazer-se pelo aumento e pelo crescimento económico, não com base em despesismo e eleitoralismo".

As propostas do Chega, PCP, Bloco de Esquerda e Livre, também para um aumento das pensões, mas com valores diferentes, foram chumbadas. Já a proposta do PSD, que dá a possibilidade ao Governo de atribuir um novo bónus pontual no próximo ano, dependente da evolução orçamental, acabou aprovada com as abstenções do PS, Chega e PCP.

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