Orçamento do Estado

Benefícios do IRS jovem também vão aplicar-se a quem vem do estrangeiro

Os jovens vindos do estrangeiro terão acesso direto ao IRS jovem, sejam emigrantes portugueses que queiram regressar casa, sejam jovens estrangeiros que escolham Portugal para viver.

João Tomás

Hugo Garrido

José Silva

Tiago Martins

Os benefícios do IRS jovem também vão aplicar-se a emigrantes portugueses que regressem ao país ou a estrangeiros que nunca tenham tido rendimentos em Portugal. Alguns jovens ouvidos esta manhã pela SIC consideram que a medida é positiva, mas pedem mais incentivos.

O alargamento do IRS jovem só entrará em vigor se o Orçamento do Estado for viabilizado no parlamento. Na proposta apresentada, os jovens terão isenção até aos 35 anos de idade, de forma faseada ao longo de 10 anos de trabalho, até aos 28 mil euros brutos por ano, 2 mil ao mês.

"Sem dúvida que alargar esta medida de cinco para 10 anos pode ser um incentivo para que os recém formados possam encontrar em Portugal um sítio para desenvolverem a sua situação económica, as suas carreiras (…) É um incentivo aos jovens, uma esperança. Não é uma medida que tenta distorcer o equilíbrio social, mas sim a retenção de jovens", garantiu Inês Palma, membro da Federação Académica de Lisboa.

Reter e atrair talento é o objetivo do Governo. E atrair de qualquer lugar do mundo.

De acordo com o Jornal de Negócios, os jovens vindos do estrangeiro terão acesso direto ao IRS jovem, sejam emigrantes portugueses que queiram regressar casa, sejam jovens estrangeiros que escolham Portugal para viver, mesmo que nunca tenham declarado rendimentos por cá e já tenham uma vida profissional noutro país.

Na prática, um jovem português ou não que tenha trabalhado vários anos no estrangeiro poderá ter acesso aos 10 anos do beneficio do IRS Jovem, dependendo da idade e apesar de já ter descontos fora de Portugal.

O ministério das Finanças entende "que o importante é o número de anos de obtenção de rendimentos do trabalho em Portugal, sempre com o limite de dez anos e 35 anos de idade."

"Não sabemos até que ponto este tipo de medidas vão trazer benefícios (…) e também não sabemos que tipo de pressão vão trazer para as contas do Estado e se isso não poderá ter uma posição negativa naquilo que podem ser eventuais medidas mais estratégicas e urgentes que o Governo precisa de implementar para tentar resolver esta questão do emprego jovem e da retenção de talento em Portugal", afirmou Pedro Neto Monteiro, presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico.

O IRS jovem, a isenção do IMT, do imposto de selo e a garantia pública para a compra da primeira casa fazem parte de um leque de medidas do executivo para conseguir que os jovens formados em Portugal fiquem a trabalhar no país.

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