O líder parlamentar do PSD pediu “sentido de Estado” e “bom senso” aos partidos, na votação do Orçamento do Estado para 2025. Hugo Soares saúda a “postura diferente” do PS, já ao Chega aponta incoerência.
Em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, após o final de mais uma ronda de reuniões entre o Executivo e os partidos, tendo em vista negociações do Orçamento do Estado para 2025, Hugo Soares fez questão de deixar uma saudação aos socialistas.
"Senti uma 'nuance' no discurso do PS que queria saudar e registar porque me parece que é esse o caminho (...) para que o país possa ter um Orçamento de Estado", declarou.
Quanto à outra hipótese do Governo para conseguir viabilizar o documento – o Chega, que já anunciou um “irrevogável” voto contra, mas que, esta quarta-feira, deu sinais de um passo atrás, admitindo viabilizar o Orçamento se o Executivo não o negociasse com o PS-, Hugo Soares tem palavras mais críticas.
“Tenho ouvido tudo e o seu contrário da parte do partido Chega”, atirou, acrescentando, ainda assim, que não dá “ninguém como excluído do processo de negociação”.
O apelo ao “bom senso”
Utilizando a expressão usada pelo Presidente da República, o líder da bancada social-democrata pediu “bom senso” aos partidos da oposição, para a aprovação do Orçamento do Estado.
“A responsabilidade de cada grupo parlamentar e, sobretudo aquilo que o país pede a quem os representa, é que tenham o bom senso, o sentido de Estado, de aprovar o próximo Orçamento”, declarou.
A ausência de Montenegro
Questionado em relação à ausência do primeiro-ministro destas negociações, Hugo Soares afirmou que “não há memória” de algum primeiro-ministro ter estado nas reuniões iniciais sobre os orçamentos de Estado.
“O sr. primeiro-ministro há de estar nas reuniões quando entender e quando chegar o momento de estar”, declarou o líder parlamentar do PSD, garantindo que a presença de Luís Montenegro “não vai mudar coisa alguma” nos encontros, que estão a ser liderados pelo ministro das Finanças.
Hugo Soares assegura, ainda assim, a disponibilidade do primeiro-ministro “para o diálogo e a vontade de conversar e negociar com os partidos da oposição, para aprovar um Orçamento”.