No debate voltaram os tempos da troika. O PSD pediu ao primeiro-ministro para falar do presente, mas António Costa insistiu em criticar o Governo da altura, o que provocou uma dura reação dos partidos à direita.
No arranque do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2023, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, considerou que a proposta do Governo continua "uma política de empobrecimento".
"O Governo cortou meia pensão a todos os pensionistas e reformados e apenas um quinto dos funcionários públicos não perde rendimento.
O economista e deputado social-democrata questionou "que ambição tem este orçamento para combater o empobrecimento a que o país está votado, a degradação dos serviços públicos e a estagnação económica".
Na resposta, António Costa contestou a leitura dos números feita pelo PSD, defendendo que "a pobreza não está a aumentar em Portugal, mas a baixar" desde 2015 e salientou que, durante a sua governação, o PIB per capita aumentou 20%.
O líder parlamentar do PSD critica o primeiro-ministro por lembrar o passado da troika.
"Peço que não seja previsível e repetitivo nas suas respostas, escusa de falar na direita, na austeridade e na 'troika' porque foram os senhores que as trouxeram em 2010 e 2011", apelou Miranda Sarmento, no final da sua intervenção.
O PSD acusou o Governo de prosseguir um caminho de "estagnação económica", dizendo que Portugal teve "o segundo pior crescimento entre os países da coesão", e, segundo as previsões do FMI, "entre 2022 e 2027, Portugal vai ter o pior desempenho económico" entre os seus concorrentes diretos.