Operação Marquês

Sócrates garante em tribunal: "Eu não meti dinheiro nenhum ao bolso!"

O Ministério Público tentou trazer para tribunal as alegadas transferências bancárias a favor de José Sócrates e faturas que constam do processo.

FILIPE AMORIM

Diogo Torres

José Sócrates nega, pela primeira vez em julgamento, e de forma categórica, que não foi corrompido. A frase, proferida num elevado tom de voz, interrompeu as perguntas do Ministério Público sobre a alegada corrupção do Grupo Lena, relacionada com a construção de casas na Venezuela.

"Eu não meti dinheiro nenhum ao bolso! Essa transferência de que fala o sr. Procurador é feita não sei de quem para quem. Mas está associada às casas da Venezuela em 25/1/2007. Nesse dia, ninguém em Portugal sabia de casas na Venezuela, nem os próprios venezuelanos."

"Como é que alguém pagaria uma contrapartida corrupta no momento em que ninguém sabia que ia construir casas?", reforça.

Ao oitavo dia de julgamento, e depois de ser acusado pelo ex-primeiro-ministro de não apresentar provas, o Ministério Público tentou trazer, para tribunal, as alegadas transferências bancárias a favor de José Sócrates e faturas que constam do processo. A juíza Susana Seca não permitiu seguir para esse tema:

"Não vamos para as despesas hoje! Temos de ter lógica. Estamos a falar de corrupção, das relações que podem comprovar essa corrupção. Só depois é que l falamos das alegadas contrapartidas!"
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