Qatar 2022

Seleção inglesa bate o pé: capitão vai mesmo usar braçadeira multicolor no Qatar

Federação garante que não teme multa da FIFA.

picture alliance

SIC Notícias

Harry Kane, capitão da seleção inglesa, vai usar a braçadeira com as cores da bandeira LGBTQIA+ no Mundial. A decisão é uma forma de protesto contra o Qatar por considerar que o país não respeita os direitos humanos.

A Federação Inglesas de Futebol já tinha pedido autorização à FIFA para que durante o torneio o capitão de equipa pudesse utilizar uma braçadeira multicolor, alusiva à comunidade LGBTQIA+.

Segundo refere Mark Bullingham, presidente da Federação Inglesa, à Sky News, a entidade não respondeu ao pedido. Os ingleses vão assim avançar com a sua forma de protesto e garantem que farão uso da braçadeira, independentemente das consequências.

“Penso que há a possibilidade de sermos multados. E se o formos, então pagaremos a multa. Pensamos que é realmente importante mostrar os nossos valores. E é isso que estaremos a fazer”, contou Mark Bullingham.

Esta campanha, a “One Love”, começou nos Países Baixos e alastrou-se a um grupo composto por outros 12 países, dos quais a Inglaterra faz parte.

O intuito desta campanha é alertar para vários problemas sociais do Qatar, onde a homossexualidade é ilegal e a violação dos direitos humanos uma prática constante.

"Usar a braçadeira juntos em nome das nossas seleções enviará uma mensagem clara quando o mundo estiver a assistir", afirmou o capitão da Inglaterra, disse Harry Kane em comunicado , em setembro, no lançamento do projeto.

FIFA pressionada a aceitar braçadeiras contra discriminação durante o Mundial

Já Hugo Lloris, capitão da seleção francesa, não adotará a decisão do colega de equipa Harry Kane. O guardião deixou claro esta segunda-feira, em declarações à Agence France-Presse, que não irá juntar-se à campanha por “respeito” à cultura qatari.

“Quando recebemos estrangeiros em França, queremos que cumpram as nossas regras e respeitem a nossa cultura. Farei o mesmo no Qatar. Posso concordar com as ideias ou não concordar, mas devo respeitar” afirmou Lloris.

Posição da FIFA

A entidade responsável pelo futebol mundial já se tinha pronunciado relativamente aos vários movimentos de consciencialização para o cumprimento dos direitos humanos no Qatar, em carta enviada às seleções, para que não arrastassem "o futebol para batalhas ideológicas e políticas".

“Na FIFA, tentamos respeitar todas as opiniões e crenças, sem dar lições de moral ao resto do mundo. Uma das grandes forças do mundo é, de facto, a sua própria diversidade, e se a inclusão significa alguma coisa, significa ter respeito por essa diversidade. Nenhum povo, cultura ou nação é melhor que qualquer outro”, escreve Gianni Infantino na carta enviada às nações", pode ler-se na carta ridigida pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino.

Últimas