O antigo braço direito de Isabel de Santos queixou-se ao Presidente da República que tem há anos as contas arrestadas pela justiça portuguesa por causa das investigações de Angola. Marcelo Rebelo de Sousa passou a queixa para as mãos de António Costa, que na segunda-feira começa uma visita a Luanda.
António Costa tem encontro marcado com o Presidente angolano, João Lourenço, na agenda de segunda-feira.
Não se sabe os temas que o primeiro-ministro leva para as conversas com as autoridades angolanas, mas há um recado relacionado com a justiça dos dois países, que António Costa tem em cima da mesa desde 24 de abril.
O chefe da Casa Civil do Presidente da República reencaminhou para o gabinete do primeiro-ministro uma cópia da carta de cinco páginas que Mário Leite da Silva tinha enviado a Marcelo Rebelo de Sousa.
O antigo gestor e braço direito de Isabel dos Santos queixa-se que há três anos que tem as contas bancárias e todo o património em Portugal arrestados a pedido da justiça angolana.
Leite da Silva garante que já entregou a documentação, disponibilizou-se para prestar esclarecimentos às autoridades e até agora nada.
O gestor lamenta não poder defender-se de uma invesitgação que acusa de ter motivações políticas e mostra receio pelo sistema judicial angolano.
Assim, Leite da Silva apela à magistratura de influência do Presidente da República e sugere que se repense a cooperação judiciária entre os dois países.
Na carta enviada ao Presidente da República lê-se:
"Quero acreditar que a intervenção de Vossa Excelência, como garante do regular funcionamento das instituições democráticas, permita que a situação em me encontro possa, finalmente, ter um desfecho célere e que a guerra de poder entre cidadãos de outro país deixe de ter consequências tão nefastas para a vida de cidadãos portugueses a quem está negado o acesso a princípios fundamentais de um Estado de Direito".
Há 15 dias, depois de receber a carta de Leite da Silva, António Costa fez seguir o protesto para apreciação da ministra da Justiça.