Operação Lava Jato

Dois deputados brasileiros denunciados por alegada corrupção

A Procuradoria-Geral brasileira denunciou na segunda-feira, perante o Supremo Tribunal, os deputados federais Luiz Fernando Ramos e José Otávio Germano, do Partido Progressista (PP), por alegada corrupção passiva no caso Petrobras.

Ricardo Moraes

Os dois deputados "são acusados pelo pagamento de 200.000 reais (cerca de 60.000 euros) ao então diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para retribuir favorecimentos à empresa Fidens Engenharia em contratos de grandes obras na Petrobras", indicou a Procuradoria-Geral.

De acordo com a denúncia, os deputados, cujo partido faz parte da base que apoia o Governo do Presidente Michel Temer, marcaram uma reunião com Costa na sede da empresa estatal "para contar que a empresa Fidens estava a ter problemas em participar em licitações maiores".

Posteriormente, a Fidens ganhou um concurso para uma obra de infraestruturas e como forma de agradecimento Ramos e Germano entregaram o dinheiro.

A denúncia, que será analisada pelo Supremo Tribunal já que os dois deputados têm foro privilegiado (condição dada aos ministros e parlamentares brasileiros que só podem ser investigados pelo Supremo), parte da denúncia de Costa, além de dois outros testemunhos e provas recolhidas durante a investigação.

Na passada terça-feira, o Supremo Tribunal anunciou ter autorizado a abertura de 76 investigações contra quase 100 políticos com foro privilegiado com base nas denúncias de 77 ex-dirigentes do grupo Odebrecht, que participou no caso de corrupção da petrolífera.

Entre os investigados estão oito ministros do Governo do Presidente Temer, que apesar de ser referido não será investigado devido à imunidade do seu cargo, e dezenas de legisladores, que representam cerca de 30% do Senado e 10% da Câmara de Deputados.

Na longa lista de suspeitos estão também 12 dos 27 governadores do país e os cinco ex-presidentes brasileiros vivos: José Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Mello (1990-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

Lusa

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