Citada pelo jornal Folha de S.Paulo, Dilma Rousseff disse que "será a manifestação de uma Presidente que irá ao Senado e que está sendo julgada por um processo de impeachment sem crime de responsabilidade".
Questionada se não temia críticas e perguntas agressivas de alguns opositores que devem discursar, Dilma Rousseff explicou que não tem medo e que já suportou tensões bem maiores na sua vida.
"É um exercício de democracia", completou.
A data em que Dilma Rousseff comparecerá no julgamento ainda não está definida.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, reúne-se com os líderes dos partidos para definir os procedimentos a adotar no julgamento e deve marcar também a data em que a Presidente afastada poderá fazer pessoalmente a sua defesa.
Dilma Rousseff é acusada de ter cometido crimes fiscais para melhorar as contas públicas, atrasando pagamentos devidos aos bancos e de ter permitido gastos extras no orçamento sem aprovação prévia do Congresso, numa altura em que a meta fiscal do país já estava comprometida.
Para Dilma Rousseff perder definitivamente o cargo, pelo menos 54 dos 81 senadores devem-se manifestar a favor da sua cassação, numa uma votação que decorrerá no final do julgamento.
Se for condenada, Dilma Rousseff perderá também o direito a ocupar cargos públicos durante oito anos.
Lusa