Segundo Mônica Moura, citada pela imprensa brasileira, depósitos de 4,5 milhões de dólares (4,08 milhões de euros) feitos pelo empresário Zwi Skornicki na conta do publicitário na Suíça eram destinados a pagar dívidas da campanha presidencial de 2010, sem declaração à Justiça Eleitoral.
"Ficou uma dívida de quase 10 milhões de reais [2,77 milhões de euros], que não foi paga, foi protelada. Cobrei muito, eu fiquei com muitas dívidas. Depois de dois anos de luta conversei com o Vaccari [João Vaccari Neto, tesoureiro do PT], que era quem acertava comigo os pagamentos de campanha, e ele mandou-me procurar um empresário que queria colaborar", disse.
Detidos desde fevereiro, ambos são réus na Operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção na história do Brasil, que envolve várias empresas, entre elas a pertolífera estatal Petrobras.
No depoimento perante o juiz Sérgio Moro, negaram saber se o dinheiro tinha como origem subornos de contratos da Petrobras, o que foi admitido por Zwi Skornicki, que representava o estaleiro Keppel Fels.
No primeiro depoimento que prestou à Polícia Federal, quando foi detida, Mônica Moura referiu que os valores recebidos na conta na Suíça eram relativos a campanhas políticas noutros países.
Quando questionada sobre o porquê de só agora revelar a informação, a detida respondeu que não queria piorar a situação da Presidente Dilma Rousseff.
Mônica Moura afirmou ainda que fazer campanha política no Brasil é muito dispendioso e que "os partidos não querem declarar o valor real que recebem das empresas e as empresas não querem declarar o quanto doam", ficando os profissionais no meio disso.
Já o empresário Zwi Skornicki admitiu que o depósito feito a João Santana era dinheiro de subornos.
Lusa