O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Jorge Bacelar Gouveia, diz que o episódio que envolveu o artista plástico Artur Bordalo não deve ser ignorado. O responsável parte do episódio do tapete colocado na escadaria do altar-palco pelo artista Bordalo II para apontar o dedo e alertar para situações potencialmente perigosas. Diz que é uma falha de segurança grave e não entende a desvalorização feita pelo ministro da Administração Interna e o presidente da Câmara de Lisboa.
A exposição de Bordalo II esta quinta-feira no Parque Tejo foi tanto uma instalação artística como um ato de protesto.
Numa crítica aos milhões de euros gastos na organização da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, o artista plástico português Bordalo II partilhou a mais recente obra da sua autoria, intitulada "Walk of Shame".
Para alguns foi um teste à segurança, que falhou.
"Não lembra a ninguém que qualquer pessoa pudesse ter entrado, num evento a poucos dias de ele se concretizar, naquele que é o lugar central das Jornadas Mundiais da Juventude. A meu ver parece-me má ideia estar a desvalorizar porque acho que é um incidente com alguma gravidade", considera Jorge Bacelar Gouveia, presidente do OSCOT.
O responsável refere-se ao ministro da Administração Interna e ao presidente da Câmara de Lisboa, que desvalorizaram a situação.
Jorge Bacelar Gouveia afirma:
"Acho que precisamente por estarmos a poucos dias do início da jornada e pelo facto do recinto já estar praticamente construído, agora é que o recinto tem de estar vedado noite e dia, com fiscalização, porque neste momento qualquer pessoa pode entrar, pode por exemplo, escavar um buraco para esconder alguma coisa".
O artista Bordalo II conta que foi muito fácil entrar no recinto.
Já o autarca de Lisboa não considera a situação assim tão grave. Decidiu até recriar o polémico vídeo de Bordalo II e partilhar nas redes sociais. Em vez do tapete, com notas de 500, Carlos Moedas estende um outro tapete a dizer "bem-vindos".
O Sistema de Segurança Interna já veio dizer que a responsabilidade pela segurança do espaço, neste momento, é dos empreiteiros. Só quando acabar a construção passa a ser responsabilidade da PSP.