Jornada Mundial da Juventude

"Está sujo e descuidado": PS critica "abandono" do espaço público em Lisboa

Pedro Anastácio, vereador do PS, destaca os passeios em mau estado, lixo amontoado na via pública, equipamentos públicos avariados ou sem manutenção, ervas nos passeios, monumentos vandalizados e estacionamento abusivo.

Karel Prinsloo

Lusa

SIC Notícias

O PS na Câmara de Lisboa manifestou preocupação com o "abandono" do espaço público, com passeios em mau estado, lixo amontoado e estacionamento abusivo, num momento em que a cidade acolhe a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

"É preciso dizer, com verdade, o que é que se passa no espaço público da nossa cidade, e o espaço público da nossa cidade está sujo, está descuidado, está ao desmazelo e não tem qualquer atenção na parte da câmara municipal", afirmou o vereador do PS Pedro Anastácio, na reunião pública do executivo camarário.

O problema “que começa a ser muito evidente”

Exibindo fotografias que registou em vários sítios de Lisboa durante o mês de julho, o socialista procurou "mostrar um problema que começa a ser muito evidente e que se tem vindo a consolidar na realidade da cidade e contrasta muito com aquilo que é o discurso do senhor presidente" da câmara, Carlos Moedas (PSD).

"Em todos os sítios, vi problemas, vi descuido, vi falta de brio, vi falta de cuidado", expôs o vereador do PS, destacando o registo de passeios em mau estado, lixo amontoado na via pública, equipamentos públicos avariados ou sem manutenção, ervas nos passeios, monumentos vandalizados e estacionamento abusivo.

"Num momento em que recebemos milhares de visitantes, é muito preocupante o sinal que demonstramos de que já não aguentamos os que temos", alertou o socialista, referindo-se ao evento da JMJ, que se realiza de 1 a 6 de agosto, em Lisboa.

Pedro Anastácio aconselhou o presidente da Câmara a passear pela cidade para conhecer os problemas, considerando a ausência de resposta: "É porque tem a cabeça noutro sítio, seja nas [eleições] europeias, não sei se no seu partido, seja no que for, mas tem a cabeça em qualquer coisa que seja mais relevante para si do que tratar do lixo e do espaço público".

Moedas responde e assegura que vai resolver problemas

Em resposta, o social-democrata Carlos Moedas agradeceu os alertas do vereador do PS, mas assegurou que o trabalho de "encontrar os problemas e resolvê-los" é o que faz no dia-a-dia, porque "é essa a função do presidente", realçando o compromisso de ter "uma posição mais dura" em relação aos 'grafittis'.

Relativamente ao lixo na cidade, o presidente da câmara disse que existem hoje "menos problemas" na área da higiene urbana do que se verificava no passado, defendendo que esse serviço tem "melhorado muito", inclusive com a contratação de mais meios, mas é preciso "continuar a resolver os problemas".

Citando declarações de Carlos Moedas em março de 2021, antes de ser eleito, em que dizia que "um presidente de Câmara é alguém que tem uma visão, por um lado, e é um excelente gestor de condomínio, por outro", o vereador do PS realçou:

"Neste momento, não temos um bom gestor de condomínio, porque os buracos são muitos e o lixo está na rua. Nem temos visão e ambição para Lisboa".

O socialista considerou que Carlos Moedas "é forte e competente" na estratégia de comunicação, ainda que sem visão para cidade, pedindo-lhe atenção aos problemas para que seja um bom gestor de condomínio.

PS lamenta falta de informação sobre plano para recolha de resíduos

Sobre a JMJ, Pedro Anastácio lamentou a falta de informação sobre o plano do município para a recolha de resíduos. O vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem assumido a responsabilidade do município na preparação da JMJ, assegurou que esse plano foi enviado ao PS em março deste ano, "já vai na 9.ª versão" e representa um reforço do investimento na área da higiene urbana, com aumento de recursos humanos e equipamentos, que é feito a propósito do evento, mas que fica para a cidade.

"Quem nos dera que nós na mobilidade tivéssemos trabalhado com este tempo", indicou Anacoreta Correia, referindo-se à apresentação tardia do plano do Governo.

Município vai gastar até 35 milhões de euros na JMJ

O município de Lisboa vai gastar até 35 milhões de euros na JMJ, dos quais 25 milhões são investimento que fica na cidade, segundo a autarquia.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, com a presença do Papa Francisco, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.

As principais cerimónias irão decorrer no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.

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