O julgamento de Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de estado no Brasil, começou com o juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a prometer justiça e a garantir que não vai ceder a pressões internas e externas que considera lamentáveis, num processo judicial histórico na democracia brasileira. O ex-Presidente arrisca uma pena de mais de 40 anos de prisão.
Problemas na saúde de Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliária, foram a justificação dada pela defesa para a ausência do antigo Presidente no Supremo Tribunal Federal, onde enfrenta a acusação de ter sido o líder do plano de golpe de Estado que incluía a morte de Lula da Silva.
No arranque da primeira sessão, o juiz relator, Alexandre de Moraes, sublinhou a importância deste julgamento para a soberania do Brasil.
Alexandre de Moraes prometeu imparcialidade no processo inédito e garantiu que não vai ceder a pressões externas, numa alusão às ameaças feitas por Donald Trump de aplicar novas tarifas comerciais.
Acusado de cinco crimes, Jair Bolsonaro arrisca uma pena de mais de 40 anos de prisão. Para o procurador, o que consta na acusação são atos graves de um atentado contra as instituições democráticas que não pode ser menorizado.
A acusação não tem dúvidas que o ex-Presidente e mais sete arguidos, o chamado "núcleo crucial", foram responsáveis por planear a "trama golpista", uma tentativa de golpe de Estado que, a 8 de janeiro de 2023, culminou com a invasão de radicais às sedes dos poderes legislativo, executivo e judiciário para exigir que as forças Armadas derrubassem o novo Governo de Lula da Silva.
Quase três anos depois, mais de 3 mil pedidos deram entrada no Supremo Tribunal Federal para assistir ao curto julgamento de duas semanas que será histórico na democracia brasileira.
A decisão será tomada por maioria simples, por um coletivo de cinco juízes no próximo dia 12 de setembro.