Até agora, os cientistas usavam imagens captadas por aviões para calcularem o tamanho das manadas de gnus que atravessam África, na maior migração de mamíferos de todo o mundo. Mas com a ajuda da inteligência artificial, o cálculo passou a ser muito mais rápido e mais exato. O que revelou que, afinal, os números são menores do que se pensava.
"Ficámos bastante surpreendidos com os nossos resultados. A estimativa para os levantamentos efetuados por aeronaves tripuladas é de 1,3 milhões e em nenhum dos anos - porque realizámos o estudo ao longo de dois anos - encontrámos mais de 600 mil, disse Isla Duporge, zoologista da Universidade de Princeton.
Ou seja, na verdade, são cerca de metade do que se pensava.
Os gnus, as zebras e gazelas atravessam a fronteira entre o Quénia e a Tanzânia, ao sabor das estações, levados pelas chuvas, em busca de água e de zonas onde possam pastar.
Os cientistas acreditam que esta nova técnica para contar os animais das grandes migrações pode vir a ser usada para outras espécies e em outros habitats do planeta.
Esta nova técnica pode ajudar, também, os parques naturais a gerirem as populações de predadores, como os leões e as hienas, que se alimentam destas manadas.