Insólitos

Cientistas reanimam minhocas congeladas durante 46 mil anos

Os animais de uma espécie extinta foram encontrados a 40 metros de profundidade na Sibéria. Nunca estiveram mortos, mas sim num estado de latência conhecido como criptobiose.

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SIC Notícias

Um grupo de cientistas alcançou um feito fantástico (e talvez digno de parar no livro dos recordes) na Alemanha, ao conseguir reanimar minhocas que estiveram congeladas durante cerca de 46.000 anos.

Os animais, da espécie extinta Panagarolaimus, foram encontrados a 40 metros de profundidade na Sibéria e terão vivido na era de Pleistoceno. Nunca estiveram mortos, mas sim num estado dormente conhecido como criptobiose.

Segundo a Sky News, os cientistas só tinham evidências de animais que conseguiam permanecer nesse estado por, no máximo, 40 anos.

“É como o conto da Bela Adormecida”

Teymuras Kurzchalia, professor emérito do Instituto Max Planck de Biologia Celular Molecular e Genética em Dresden (Alemanha) é um dos cientistas envolvidos na pesquisa e corrobora a ideia de que a descoberta é mesmo histórica.

“Esses pequenos vermes podem estar prestes a entrar no livro dos recordes por terem permanecido num estado de animação suspensa durante um tempo muito maior do que se pensava ser possível”.

O cientista, citado pela mesma fonte, surpreendeu-se com a possibilidade de ter reanimado as minhocas após 46.000 anos. Teymuras Kurzchalia compara o feito ao “conto da Bela Adormecida, mas com um período muito mais longo”.

E depois?

Depois de encontrados, os animais foram reanimados à base de comida e água, mas não sobreviveram mais do que um mês.

No entanto, foi tempo suficiente para procriarem mais de 100 gerações de novos vermes.

Cientistas procuram respostas

A equipa por detrás do estudo continua a analisar as minhocas, de modo a descobrir qual é o papel dos genes na criptobiose e se há um limite de tempo em que conseguem permanecer nesse estado.

“Essas descobertas tem implicações na nossa compreensão dos processos evolutivos, já que os tempos de geração podem ser estendidos de dias a milénios”, dizem os autores do artigo publicado na revista PLOS Genetics.

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