Incêndios em Portugal

"Labaredas passavam por cima": salvou-se ao refugiar-se em anexo durante passagem do fogo em Vale de Figueira

Isolado, José Costa temeu pela vida, quando o incêndio na aldeia de Vale de Figueira, em Castelo Branco, ganhou força. O instinto de sobrevivência - ao se refugiar num anexo - salvou-lhe a vida, mas já não conseguiu proteger o que tinha cultivado no terreno ao lado.

Kathleen Araújo

Filipe Barbosa

Ricardo Tenreiro

Foi uma noite difícil em Vale de Figueira, no distrito de Castelo Branco. O incêndio teve início no Fundão.

"Salvei-me aqui."

Foi a primeira vez que José Costa voltou ao pequeno anexo onde esteve refugiado durante a passagem do fogo na noite de terça-feira.

Isolado, temeu pela vida, quando o incêndio na aldeia de Vale de Figueira, em Castelo Branco, ganhou força.

"Via as chamas e aquela pilha de lenha ali via-a a arder. As labaredas passavam por cima da barraca. Eu com a porta fechada, só com a mangueira. A água corria pela porta abaixo. Metia a mangueira por cima da cabeça."

O instinto de sobrevivência salvou-lhe a vida, mas já não conseguiu proteger o que tinha cultivado no terreno mesmo ao lado. Agora, fica apenas um sentimento.

"Triste, muita tristeza. Dos bombeiros não tenho nada a dizer. Eles não podem fazer tudo."

No combate às chamas, os populares ajudaram os bombeiros como puderam e conseguiram proteger todas as casas da pequena aldeia. E até os animais pareciam estar de vigia.

Esta quarta-feira de manhã, o concelho de Castelo Branco acordou mais calmo.

Ainda assim, centenas de operacionais continuam no terreno a combater as frentes ativas, apoiados por meios aéreos.

Nos locais por onde o fogo já passou trabalha-se para evitar reacendimentos.

Últimas