Foi uma noite difícil em Vale de Figueira, no distrito de Castelo Branco. O incêndio teve início no Fundão.
"Salvei-me aqui."
Foi a primeira vez que José Costa voltou ao pequeno anexo onde esteve refugiado durante a passagem do fogo na noite de terça-feira.
Isolado, temeu pela vida, quando o incêndio na aldeia de Vale de Figueira, em Castelo Branco, ganhou força.
"Via as chamas e aquela pilha de lenha ali via-a a arder. As labaredas passavam por cima da barraca. Eu com a porta fechada, só com a mangueira. A água corria pela porta abaixo. Metia a mangueira por cima da cabeça."
O instinto de sobrevivência salvou-lhe a vida, mas já não conseguiu proteger o que tinha cultivado no terreno mesmo ao lado. Agora, fica apenas um sentimento.
"Triste, muita tristeza. Dos bombeiros não tenho nada a dizer. Eles não podem fazer tudo."
No combate às chamas, os populares ajudaram os bombeiros como puderam e conseguiram proteger todas as casas da pequena aldeia. E até os animais pareciam estar de vigia.
Esta quarta-feira de manhã, o concelho de Castelo Branco acordou mais calmo.
Ainda assim, centenas de operacionais continuam no terreno a combater as frentes ativas, apoiados por meios aéreos.
Nos locais por onde o fogo já passou trabalha-se para evitar reacendimentos.