Um dos incêndios de Castro Daire chegou a ser o que envolvia mais meios em todo o país. 12 aeronaves e mais de 600 operacionais. Ainda assim, a população teve de se juntar ao combate.
Frente a frente com o fogo, fazem tudo o que podem, lutam com o pouco que têm.
Na estrada às portas de freguesia de Pepim, Castro Daire, são os moradores com tratores e carrinhas agrícolas com depósitos de água que tentam a todo o custo que as chamas não entrem na povoação.
Tem sido assim por todo o concelho. É o terceiro dia que a população tenta coordenar-se com os operacionais.
"Estamos à espera de uma equipa de bombeiros que veio de Odemira, mais ainda não aparecerem. Já estão em Castro Daire. Veio o comandante fazer o reconhecimento, mas os meios ainda não. Vem uma equipa para aqui para diante defender umas estufas que estão em risco".
Numa zona de serra, com localidades muito dispersas, e um número incontável de focos de incêndio, há uma compreensão generalizada de que os bombeiros não conseguem estar em todos os pontos.
Um popular conta que está no combate às chamas desde segunda-feira à noite.
"De segunda para terça não preguei olho. Ontem nem tive tempo de comer", acrescenta.
Do outro lado da encosta, a mesma vigilância e aflição.
"Há duas noite que não durmo. Estamos cercados de incêndios. Muito mato, muitos eucaliptos".
Um dos incêndios de Castro Daire chegou a ser o que mais meios mobilizava em todo o país, com mais de 600 operacionais e 12 aeronaves.
Mas, durante a tarde, nalgumas zonas a concentração de fumo era tanta que não havia visibilidade para operarem.