O presidente da Câmara de Gondomar apelou, nesta quarta-feira, às autoridades para que disponibilizem mais meios para combater o incêndio que lavra no concelho desde segunda-feira, afirmando que “já não há bombeiros para substituir os que estão exaustos no terreno”
"A noite foi terrível, as populações foram inexcedíveis e os bombeiros foram incansáveis, mas é um dia que começa dramático", sobretudo na zona sul do concelho, em Melres, com uma frente ativa "a evoluir para o parque de campismo, que será evacuado", disse o autarca.
No total, há a registar oito bombeiros feridos, seis na segunda-feira e dois na terça-feira, um deles em estado grave, que continua hospitalizado.
Ainda segundo os dados disponibilizados, "não há desalojados nem perdas de primeiras habitações".
"Contudo, há registo de danos em estruturas anexas e armazéns de apoio e em duas oficinas, em Jovim", acrescenta.
“Nós precisamos de ajuda”
"Tenho muitos anos disto e nunca nos vimos tão entregues a nós próprios, tão sozinhos, no sentido coletivo. A população está a ajudar e estamos a tentar controlá-lo", sublinhou.
Por enquanto, "não há quaisquer danos em habitação, mas há muitos danos em alfaias agrícolas, armazéns de apoio e oficinas, na zona de Jovim, que arderam".
O autarca insistiu no apelo:
"Precisamos de sete ou oito aviões, neste momento o que temos são dois aviões ligeiros para ajudar quem está no terreno e precisamos também de rendição de quem está no terreno. As corporações não têm mais bombeiros para render. E estão desesperados".
Em comunicado, a autarquia refere que "as autoridades estão a gerir a situação com todos os meios disponíveis: 215 operacionais; 58 viaturas; dois meios aéreos".
Foram realizadas evacuações preventivas em Covelo, Jancido (Foz do Sousa), e Branzelo (Melres).
Risco elevado de novos incêndios
Em relação à circulação rodoviária no concelho, a câmara refere que "está cortada a A41 entre Medas e Aguiar de Sousa e a A43 entre Gondomar e A41. Registam-se constrangimentos em vários arruamentos do concelho, que condicionam a circulação viária".
Acrescenta que se mantém "o risco elevado de novos incêndios até amanhã, quinta-feira, dia 19, devido às condições meteorológicas, com ventos fortes que dificultam o combate e aumentam o risco de reacendimentos em zonas já controladas".
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