Incêndios em Portugal

Lançamento (autorizado) de foguete terá estado na origem do incêndio na Madeira

Ao que a SIC apurou, há dois suspeitos, um dos quais foi constituído arguido. Tratam-se de emigrantes que se encontravam de férias na região.

Rita de Sousa

Marta Caires

O incêndio de grandes dimensões que deflagrou no dia 14 na ilha da Madeira foi causado pelo lançamento de foguetes, revelou esta quinta-feira a Polícia Judiciária (PJ), acrescentando que já identificou os responsáveis.

Num comunicado, a PJ afirma que, após diligências de investigação realizadas pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, "apurou que tal incêndio terá tido origem no lançamento de foguetes".

"A investigação realizada, designadamente através da recolha de depoimentos com relevo, análises de circunstâncias, informação meteorológica, informação oficial de várias entidades, bem como análise indiciária de vários elementos, permitiu identificar quer o local, quer os responsáveis pelo lançamento dos foguetes", acrescenta.

Ao que a SIC apurou, há dois suspeitos - dois emigrantes que estavam de férias na Madeira. Um deles foi constituído arguido, sendo obrigado a permanecer em Portugal. Irá ser presente a juiz para decisão sobre as medidas de coação até o caso chegar a julgamento.

O outro já tinha saído do país, de regresso à Suíça.

Segundo a Polícia Judiciária, a investigação este incêndio prossegue.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Na segunda-feira, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava "totalmente extinto".

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida.

Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.

A Polícia Judiciária continua a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque disse tratar-se de fogo posto.

Com Lusa

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