Incêndios em Portugal

Ao terceiro dia, incêndio na Covilhã mobiliza centenas de bombeiros

As chamas alastraram-se ao concelho de Manteigas.

Miguel Pereira da Silva

SIC Notícias

Lusa

Mais de 600 operacionais combatem, na manhã desta segunda-feira, o incêndio que deflagrou na madrugada de sábado, na Covilhã. No terreno estão também mais de 180 meios terrestres.

O incêndio começou em Garrocho, mas as chamas propagaram-se em direção às Penhas da Saúde e à zona do Maciço Central da Serra da Estrela, no concelho de Manteigas (Guarda). A dificuldade de acessos tem dificultado os trabalhos dos bombeiros. Pelas 11:00 estavam no teatro de operações 11 meios aéreos.

A Proteção Civil avança à SIC Notícias que existem três pontos quentes: dois deles no vale de Verdelhos - um na encosta da Covilhã e outro na de Manteigas - e um terceiro em Penhas da Saúde, que reativou durante a manhã de segunda-feira. Francisco Peraboa sublinha que as zonas onde está o incêndio são de difícil acesso.

"As zonas são de difícil acesso, algumas delas são verdadeiras escarpas, paredes, onde não é aconselhável colocar meios terrestres e estamos sempre muito condicionados pela forma como o incêndio vai prosseguindo. Temos também um conjunto de máquinas de rasto a apoiar onde é possível, mas nestas encostas nem as máquinas de rasto conseguem entrar", afirma.

No Vale de Glaciário do Zêzere, em Manteigas, a situação está muito mais calma. O comandante da Proteção Civil do distrito de Castelo Branco disse à SIC Notícias que esta parte do incêndio está resolvido. Durante a noite os bombeiros conseguiram conter as chamas na encosta.

O Poço do Inferno - uma zona rica em fauna e flora - escapou às chamas.

A estrada nacional (EN) 338, que faz a ligação entre Piornos e Manteigas, mantém-se cortada devido às chamas. Segundo fonte do Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Castelo Branco avançou à Lusa, não há indicação de casas em perigo.

No domingo, três bombeiros tiveram de ser assistidos – um devido a queimaduras e dois por inalação de fumo e exaustão.

Perto de 70 concelhos em risco máximo de incêndio

Cerca de 70 concelhos do interior norte e centro do país estão esta segunda-feira em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Os concelhos que estão sob este alerta do IPMA localizam-se nos distritos de Bragança, Vila Real, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Coimbra, de acordo com a informação publicada no site do instituto.

O IPMA colocou também em risco muito elevado de incêndio rural mais de 60 municípios dos distritos Viana do Castelo, Vila Real, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro.

O risco de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Para esta segunda-feira, as previsões do IPMA apontam para nebulosidade no litoral oeste até final da manhã, a poder persistir em alguns locais, e no interior Norte durante a tarde. O vento vai soprar fraco e as temperaturas não terão alteração significativa.

As temperaturas as mínimas vão oscilar entre os 23ºC (Viana do Castelo, Braga, Coimbra, Leiria, Évora e Beja) e os 21ºC em Bragança e as máximas entre os 21ºC (Viana do Castelo e Porto) 36ºC (Bragança e Castelo Branco).

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