A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu hoje ao Governo o célere apuramento dos prejuízos provocados pelos incêndios aos agricultores e populações rurais, para que possam ser definidas rapidamente medidas de apoio e indemnizações.
“A CNA expressa a sua solidariedade às populações e aos agricultores afetados e reclama ao Governo e demais órgãos de soberania o rápido apuramento dos prejuízos provocados e da incapacidade temporária para produzir, para que, também de forma célere, sejam definidas medidas de apoio”, afirmou a confederação, em comunicado.
Para a CNA, “são necessárias indemnizações para os agricultores e para as populações rurais com culturas, estruturas e habitações destruídas, apoios para reposição do potencial produtivo perdido e ajudas à alimentação dos animais, além de outras necessidades sentidas e identificadas no terreno”.
Na mesma nota, a confederação repudiou também “a teoria que alguns governantes têm insinuado em praça pública”, atribuindo a culpa pelos incêndios que assolam o país ao clima, aos pequenos e médios proprietários florestais e às populações rurais.
A CNA considerou que se trata de uma tentativa de “sacudir a cinza do capote”, defendendo que os pequenos e médios agricultores e produtores florestais “são vítimas de décadas de más políticas agrorrurais, ditadas pela Política Agrícola Comum (PAC) e por sucessivos Governos, que incentivando a produção dita competitiva e industrial têm expulsado as populações das suas aldeias e das suas serras”.
“Na base mais profunda da extensão e violência dos incêndios rurais radica a ruína da agricultura familiar, modelo de produção que, conjugando a atividade agropecuária com as florestas, cria mosaicos de vitalidade no território, servindo de barreira à progressão dos violentos incêndios”, vincou a CNA.
Desta forma, a confederação apontou que, além do reforço dos meios de combate aos incêndios, são também necessárias políticas que promovam o ordenamento florestal, a gestão ativa da floresta, o escoamento da produção agroflorestal e a revitalização da agricultura familiar e do mundo rural.
Costa não descarta novo prolongamento da situação de contingência para depois de domingo
Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.
Cinco distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.