Telescópio Hubble

Telescópio espacial Hubble comemora 30 anos a observar o cosmos

O telescópio da NASA e da ESA será talvez o que captou as imagens mais marcantes do nosso sistema solar e mais além.

A imagem do aglomerado Westerlund 2 foi divulgada no 25º aniversário do Hubble.
This NASA/ESA Hubble Space Telescope

SIC Notícias

Lusa

O telescópio Hubble, que revolucionou a astrofísica e a forma como olhamos para o espaço, comemora 30 anos desde que foi colocado em órbita à boleia do vaivém espacial Discovery.

A 24 de abril de 1990, foi colocado em órbita, a 547 km da Terra, o primeiro telescópio espacial. Com um comprimento de 13 metros, o Hubble revolucionou a astronomia e alterou a nossa visão do Universo.

Nestes 30 anos que andou a navegar pelo cosmos, fez mais de um milhão de observações, registou as imagens mais marcantes do nosso sistema solar e de algumas das mais longínquas e antigas galáxias.

Uma história de inúmeros sucesso (e alguns reveses)

Operado pela Agência Espacial Europeia (ESA) com a congénere norte-americana NASA, o telescópio começou a ser construído em 1979 e estava terminado em 1985.

Mas só foi lançado para o espaço em 24 de abril de 1990, a bordo de um vaivém Discovery, porque o programa de vaivéns da NASA foi suspenso depois da explosão de um vaivém Challenger em 1986, que vitimou os sete astronautas que seguiam no veículo.

Um outro revés surgiu pouco tempo depois do lançamento.

Em 25 de junho de 1990, dois meses após o telescópio ter sido colocado na órbita da Terra, a 569 quilómetros de altitude, as primeiras imagens difundidas confirmaram que o espelho principal, de 2,4 metros de diâmetro, tinha um defeito que tornava as imagens desfocadas.

A anomalia foi corrigida com cinco pares de espelhos óticos que foram instalados no telescópio em 1993 e, mais tarde, substituídos por dispositivos mais modernos.

Ao longo da história do Hubble, os equipamentos foram, aliás, reparados ou substituídos em diversas operações de manutenção conduzidas por astronautas.

Há cerca de dois anos, em outubro de 2018, as observações estiveram suspensas durante três semanas devido a uma avaria num dos giroscópios de reserva, que teve de ser calibrado. Os seis giroscópios do Hubble, que o guiam numa determinada direção nas observações, tinham sido substituídos em 1999 e 2009.

Apesar da provecta idade para um telescópio, o Hubble não tem data de morte anunciada, assim continuem a funcionar os instrumentos, muito embora se perfile um sucessor, o telescópio espacial James Webb, com lançamento previsto para 2021, após vários adiamentos.

O Hubble, que permite estudar o espaço sem as distorções causadas pela atmosfera terrestre, tem o tamanho aproximado de um autocarro: mede 13 metros e pesa 11 toneladas. Na órbita da Terra, demora 96 minutos a dar uma volta completa ao planeta.

O nome do telescópio foi atribuído em homenagem ao astrónomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953), que demonstrou a existência de outras galáxias, além da Via Láctea, e que o Universo se expande, sabe-se agora de modo acelerado.

Uma das imagens mais famosas registadas pelo telescópio, em 1995, é a Nebulosa da Águia, mais conhecida por Pilares da Criação, por ser um berçário de estrelas.

O portefólio inclui imagens de colisões de dois asteroides ou do cometa Shoemaker-Levy 9 com o planeta Júpiter, de uma explosão de raios-gama numa galáxia distante e das luas de Plutão.

O Hubble foi, em 2014, o primeiro telescópio a observar a desintegração de um asteroide, tendo dado a conhecer o mapa mais detalhado da atmosfera de um planeta fora do Sistema Solar.

Graças ao Hubble foram descobertas, em 2012, sete galáxias primitivas que se formaram há mais de 13 mil milhões de anos, quando o Universo dava os seus primeiros passos.

Em 2013, mostrou vapor de água a despontar da superfície da Europa, gerando o interesse da comunidade científica e das agências espaciais por esta lua de Júpiter.

O telescópio, equipado com vários instrumentos científicos, câmaras, computadores, espetrógrafos e sensores, permite observar corpos celestes na luz visível, ultravioleta e infravermelha (esta última em porções mais reduzidas).

A capacidade de observação na radiação infravermelha será otimizada com o telescópio espacial James Webb, que terá um espelho maior, de 6,5 metros de diâmetro, e instrumentos mais avançados.

Ao olhar melhor através das nuvens de gás e poeira, o James Webb possibilitará estudar a formação de estrelas e aumentar o conhecimento sobre o Universo primitivo, aquele para o qual o Hubble não abriu todas as janelas.

Telescópio espacial Hubble: 30 anos de descobertas

A NASA fez uma montagem de mais de 600 imagens captadas pelo Hubble nos últimos 30 anos. Dos nossos vizinhos mais próximos aos confins do universo, o Hubble mostrou-nos paisagens cósmicas de cortar a respiração.

Curiosidade: descubra o que o Hubble fotografou no dia do seu nascimento

Para homenagear o trabalho do Hubble, a NASA lançou uma ferramenta online que permite ver o que o telescópio Hubble viu num dia à sua escolha, por exemplo, no dia de aniversário.

Basta escrever aqui o mês e o dia para ver a extraordinária imagem que o Hubble captou.

Não é pedido que se coloque um ano, porque não há uma foto atribuída a cada dia de cada ano.

A ferramenta mostrará a melhor foto capturada nessa data nas últimas três décadas. Este é o exemplo da melhor imagem de 1 de dezembro.

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