Numa declaração à Lusa por telefone, Pedro Neto afirmou que a Amnistia Internacional não toma posição por um candidato, mas, "sendo confirmada a eleição do engenheiro António Guterres", dá-lhe os parabéns.
Já a Amnistia Internacional em Portugal, pela "afinidade de nacionalidade, deseja-lhe o maior sucesso e que ele faça um excelente trabalho, pelos direitos humanos".
No entanto, o diretor executivo da organização de defesa dos direitos humanos alertou que "o próximo secretário-geral das Nações Unidas terá inúmeros e enormes desafios pela frente".
"Em primeiro lugar, e no caso do engenheiro António Guterres, é preciso um novo acordo para os refugiados e migrantes. Ele é uma pessoa que tem muita experiência neste assunto. É dramática a situação de 21 milhões de refugiados", disse Pedro Neto, considerando a questão dos refugiados como "um dos assuntos prioritários" neste momento.
O dirigente defendeu também que o próximo secretário-geral da ONU terá de "pôr termo a crimes de larga escala que vão existindo no mundo", utilizando para isso ferramentas como a carta das Nações Unidas e toda a legislação internacional humanitária.
Dar mais peso à sociedade civil para que os direitos humanos se tornem mais relevantes, defender as pessoas marginalizadas e combater a pobreza extrema, promover a igualdade de género, combater a impunidade daqueles que cometem crimes contra a humanidade e pôr fim à pena de morte são outros desafios, afirmou Pedro Neto.
O diretor executivo da AI em Portugal argumentou ainda que o próximo secretário-geral da ONU deverá "fortalecer as Nações Unidas enquanto organização, para que ela seja muito mais relevante quanto ao impacto do seu trabalho e da sua ação nos direitos humanos".
Lusa