Volodymyr Zelensky está a perder a paciência com a inércia norte-americana na condução das negociações de paz com a Rússia. Na terra natal do presidente da Ucrânia, alvo de um forte ataque na última semana, enterram-se os corpos das vítimas.
Numa igreja em Kryvyi Rih, terra que viu nascer Zelenksy, familiares e amigos despedem-se de uma das crianças vítimas do ataque russo da última sexta-feira. Herman, de 9 anos, brincava num parque infantil da cidade quando Vladimir Putin decidiu que seria um alvo.
Os vários ataques com misseis e drones - não só a Kryvyi Rih, mas também em Kiev - fazem Volodymyr Zelenksy perder a paciência.
"A Ucrânia concordou com a proposta dos EUA, uma proposta para um cessar-fogo total e incondicional. Putin recusa-se. Estamos à espera de uma resposta dos EUA, que ainda não chegou, e aguardamos a reação de todos os que, na Europa e em todo o mundo, querem verdadeiramente a paz”, declarou o presidente da Ucrânia.
A Europa procura ocupar o espaço nas negociações que os Estados Unidos parecem incapazes de liderar. Ambos os lados, ainda assim, com palavras mais ou menos duras para Putin.
“É urgente que a Rússia se deixe de falsos pretextos e táticas para protelar e aceite o cessar-fogo", defendeu o presidente francês, Emmanuel Macron.
“Estamos em contacto com a Rússia. Gostaríamos que parasse. Não gosto dos bombardeamentos, que continuam e continuam”, disse o líder norte-americano, Donald Trump.
Nos próximos dias, a Ucrânia envia a Washington uma equipa negocial para tentar um acordo sobre as terras raras. Em Kiev, existe a preocupação de que Trump não esteja a pressionar Putin como devia porque não conseguiu dos ucranianos as riquezas minerais que ambiciona.