A Ucrânia voltou a ser alvo de um intenso ataque aéreo na última noite. De acordo com as forças armadas ucranianas, a Rússia lançou 23 mísseis e 109 drones contra várias regiões do país. Os sistemas de defesa conseguiram intercetar 13 mísseis e 40 drones, enquanto outros 53 foram bloqueados.
O ataque mais significativo teve como alvo a capital, Kiev, e prolongou-se durante toda a madrugada.
Entre os alvos atingidos em Kiev estiveram um edifício não residencial, dois armazéns e um centro comercial, localizados em três zonas distintas da cidade. Os mísseis balísticos causaram danos estruturais significativos. Há registo de um morto e quatro feridos, além de vários incêndios.
As sirenes soaram continuamente entre a meia-noite e as seis da manhã, levando muitos habitantes a procurar refúgio nas estações de metro.
Também a cidade de Mikolaiv foi alvo de bombardeamentos. Quatro pessoas ficaram feridas e continuam hospitalizadas. Marina, residente na cidade, escapou por pouco:
"Os vizinhos gritavam, diziam-me para procurar abrigo, para fugir da minha casa que estava a arder. Nem sabia o que era — se drones, se outra coisa qualquer. Ouvia apenas um barulho constante", contou.
Ataque na cidade natal de Zelensky fez 19 mortos
Entretanto, a polícia ucraniana divulgou imagens do rescaldo de um dos ataques mais mortíferos deste ano, ocorrido na passada sexta-feira em Kryvy Rih, cidade natal do presidente Volodymyr Zelensky. O número de vítimas mortais subiu para 19, das quais nove eram crianças.
O Ministério da Defesa russo afirma que o ataque teve como alvo um encontro militar entre forças ucranianas e estrangeiras, alegando que foi executado com "precisão". Em resposta, Zelensky criticou o silêncio da comunidade internacional face à morte de civis.
"Ficar em silêncio perante o facto de ser a Rússia a matar crianças com mísseis balísticos é errado e perigoso. Isso apenas encoraja Moscovo a continuar a guerra e a ignorar a diplomacia."
Moscovo, por sua vez, acusa a Ucrânia de violar o cessar-fogo nos ataques a infraestruturas energéticas. Segundo o Ministério da Defesa russo, foram atingidas instalações na Crimeia, Bryansk, Rostov e Voronej, informação que não pôde ser confirmada de forma independente.